Governo boliviano anuncia aumento real de...

O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou na segunda-feira um aumento nominal de 20% no salário mínimo nacional para 2014, o que representa um ganho real de 13,52% frente à inflação de 6,48%, Para os demais salários, o aumento real será de 3,52%.

Evo expressou seu respeito e admiração pelos dirigentes sindicais que “se preocupam com os que ganham menos” e explicou que a política de valorização do salário mínimo é uma das prioridades do seu governo, que está atento às demandas sociais e à melhoria dos aspectos produtivos e da legislação trabalhista.

Resultado da ampliação do poder de compra e dos investimentos do Estado no desenvolvimento do mercado interno, ocorrido nos últimos anos, apontou o presidente, “a economia da Bolívia cresceu mais de 6% nestes primeiros meses e estou seguro de que seguirá melhorando”.

Os índices de reajuste salarial foram divulgados pelo presidente após encontro com lideranças da Central Operária Boliviana (COB). “Foi uma reunião onde discutimos o crescimento econômico, onde os trabalhadores entendemos a responsabilidade da administração do país e o governo as necessidades dos assalariados e não assalariados”, declarou Juan Carlos Trujillo, principal dirigente da COB.

Na contramão, o presidente da Confederação de Empresários Privados da Bolívia, Daniel Sánchez, “preveniu” o governo sobre os “efeitos negativos” que a medida gera na “saúde das empresas” e na “competitividade da nossa produção, atentando assim contra a geração de novas fontes de trabalho para benefício dos bolivianos”. No final de 2013 a entidade empresarial havia protestado contra a nova legislação, que prevê critérios redistributivos de renda como o pagamento de um décimo quarto salário todo ano que o país cresça a níveis superiores a 4,5%.

Conforme levantamento do Instituto Nacional de Estatística (INE), a Bolívia tem 1,89 milhão de trabalhadores assalariados e uma população de 10 milhões de habitantes.