FGTS poderá comprar ação da Petrobras

  Para permitir que os trabalhadores invistam novamente o dinheiro n a estatal, será preciso mudar lei  Pessoas com conta no FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) poderão usar esses recursos numa nova rodada de investimentos na Petrobras. A reportagem apurou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu permitir o uso da grana do fundo na capitalização que fará na Petrobras para explorar o petróleo da camada pré-sal. Quem já tem ações da estatal compradas por meio do FGTS também poderá voltar a aplicar na empresa. Em 2000, houve uma única rodada, na qual o governo permitiu o uso do FGTS para a compra de ações da Petrobras. Foi um excelente negócio: de 2000 até a última quarta-feira, o investimento rendeu 766,8% -o ganho foi 742,5% superior ao de quem ficou com o dinheiro "parado" no FGTS, segundo cálculos do consultor Mario Avelino, presidente do Instituto FGTS Fácil.
Como revelou o jornal "Folha de S. Paulo", Lula já decidiu que a União fará uma capitalização da Petrobras a fim de elevar sua participação nos lucros da empresa, que tendem a aumentar bastante com a exploração do pré-sal. Será preciso mudar a lei para permitir uma nova rodada do FGTS para investimentos na estatal, porque, pela legislação, os trabalhadores não podem colocar mais recursos, já que a adesão anterior foi feita por meio de oferta única. Em 2000, no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, mais de 312 mil trabalhadores usaram recursos do FGTS para comprar ações da Petrobras por meio de fundos de investimento. Com isso, ajudaram a financiar os investimentos da empresa em pesquisa e exploração, o que inclui a descoberta do petróleo da região do pré-sal. Esses investidores aplicaram R$ 1,6 bilhão em valores da época. Atualizado pela inflação (IPCA), isso vale hoje R$ 2,8 bilhões. Atualmente, 45 desses fundos estão registrados na Comissão de Valores Mobiliários, com 103.016 cotistas e patrimônio líquido total de R$ 8,432 bilhões. Mas esse dinheiro não está aplicado todo na Petrobras -parte é composta, por exemplo, por títulos públicos, sem contar recursos no caixa para pagar despesas administrativas.