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Ex-agente reafirma em depoimento que Jango foi envenenado em operação da CIA

Publicado: 09 Maio, 2008 - 14h32

O ex-agente do serviço de inteligência do governo uruguaio Mario Neira Barreiro, preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (RS) desde 2003, reafirmou ontem para uma comissão da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul que o ex-presidente João Goulart (1918-1976) morreu envenenado.

Durante duas horas, Barreiro contou detalhes do suposto envenenamento para os representantes da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, que investiga o caso.

Segundo Barreiro, o serviço de inteligência do Uruguai, responsável pela operação, era "financiado, monitorado e controlado" pela CIA (agência de inteligência dos EUA).

Barreiro depôs para o deputado estadual Adroaldo Loureiro (PDT), coordenador da comissão, e para três assessores da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos da Presidência da República. Eles viajaram ao Rio Grande do Sul especialmente para o depoimento.

A procurador federal Suzete Bragagnolo, que investiga o caso, acompanhou a sessão. Christopher Goulart, neto de Jango, também participou do depoimento.

Loureiro disse que as informações obtidas com Barreiro são importantes para garantir a continuidade das investigações. "Nosso papel é dar sustentação política ao caso", disse o deputado. Segundo ele, o governo precisa autorizar a abertura de documentos secretos do Exército brasileiro capazes de elucidar as suspeitas em torno da morte de Jango.

O deputado disse ainda que a comissão tentará agora obter o depoimento do ex-agente da CIA Frederick Latrash, citado por Barreiro como uma testemunha importante da suposta operação para matar Jango.