• Kwai
MENU

EUA cavam o fundo do seu poço

118 bancos norte-americanos quebram em menos de 8 meses

Publicado: 25 Agosto, 2010 - 12h45

Escrito por: Antonio Pimenta, Hora do Povo

 

 O FDIC, órgão responsável por garantir os depósitos bancários nos EUA, fechou mais oito bancos na sexta-feira e 22 no mês passado. Previsão é de ultrapassar os 140 bancos quebrados em 2009

O órgão federal dos EUA responsável por garantir os depósitos, o FDIC, decretou na sexta-feira dia 20 o fechamento de mais oito bancos, aumentando para 118 o número de quebras no setor este ano nos EUA. Entre os oito, há um banco comunitário de porte, o ShoreBank, com base em Chicago, e US$ 2,16 bilhões em ativos e US$ 1,54 bilhão em depósitos. Um consórcio formado por alguns dos maiores bancos dos EUA, sob o nome de Urban Partnership Bank, foi autorizado pelo FDIC a assumir os depósitos do ShoreBank e quase todos os seus ativos. Em julho, o órgão decretou a falência de outros 22 bancos.

No início do ano, a presidente do FDIC, Sheila Bair, havia advertido que o número de falências em 2010 poderia ultrapassar os 140 bancos que quebraram em 2009. No final do ano, a lista do FDIC de bancos ameaçados excedia os 500. Em recente artigo, o ex-secretário do Trabalho do governo Clinton, Robert Reich, havia advertido sobre o risco da construção comercial implodir, arrastando bancos regionais e atingindo Wall Street.

LOS PADRES

Agora, o FDIC fechou mais quatro bancos da Califórnia – o Los Padres, de Solvang; o Butte Community, com sede em Chico; o Pacific State, de Stockton; e o Sonoma Valley, da cidade de mesmo nome. Com esses quatro, chega a dez o total de bancos da Califórnia que quebraram desde o início do ano.

Na Flórida, foram fechados o Independent National Bank, de Ocala, e o Community National Bank, de Bartow. Por último, o Imperial Savings and Loan Association, de Martinsville, Virginia.

Os bancos da Califórnia tinham, de ativos, respectivamente, US$ 870 milhões (Los Padres); US$ 498,8 milhões (Butte); US$ 312 milhões (Pacific); e US$ 337 milhões (Sonoma). Os dois bancos da Flórida tinham, somados, ativos de US$ 224 milhões, e o Imperial, da Virginia, mais modestos, US$ 9,4 milhões.

O fechamento dos oito bancos custará ao FDIC US$ 367,7 milhões (ShoreBank) e US$ 105 milhões (os demais). Exceto no caso do ShoreBank, os outros sete bancos foram incorporados por pequenos bancos regionais.

No momento, não se trata de falências da ordem do Lehman Brothers, Wachovia, Merrill Lynch, Washington Mutual, ou do quase colapso do Citibank – mas a quebra contínua de bancos, a cada sexta-feira, mantém a roleta girando.

SHORE

No que foi descrito pela Associated Press como um “gesto incomum”, o FDIC permitiu que alguns dos principais executivos do ShoreBank continuassem na direção do banco reestruturado como “Urban Partnership”. Segundo o órgão, esses diretores “não contribuíram para os problemas do banco”.

O ShoreBank sofreu perdas de US$ 39,5 milhões no segundo trimestre do ano, devido à inadimplência de hipotecas e empréstimos, e foi à lona quando não conseguiu, do Tesouro, fundos federais de bailout, que tão generosamente haviam regado, entre outros, o Citibank e o Bank of America.

Tentando atender determinação do FDIC para reforço do capital, o ShoreBank chegou a levantar mais de US$ 146 milhões, supridos pelo Bank of América, Goldman Sachs, JP Morgan Chase, GE Capital, Morgan Stanley, Wells Fargo, Fundação Ford e até a Fundação McArthur. Que agora se apossaram do Shore, aliás Urban Partnership. O presidente será David Vitale, ex-presidente do First National Bank of Chicago. Ele prometeu continuar servindo “as comunidades minoritárias e de baixa e moderada renda”.

Para Robert Kuttner, co-fundador de “Perspectiva Americana, a quebra do Shore é mais um caso de “zilhões para Wall Street, e nada para a velha redondeza de Obama”. Na semana passada, o FDIC havia fechado o Palos Bank and Trust Company, também de Illinois, que detinha US$ 493 milhões em ativos e US$ 468 milhões em depósitos. O First Midwest Bank foi autorizado pelo órgão a assumir os depósitos. No dia 11, foi fechado o Ravenswood, de Chicago, Illinois.