Encontro em defesa dos empregos na Flaskô
Publicado: 14 Dezembro, 2007 - 11h49
Cerca de 80 pais e mães de família que dependem da continuidade da produção na fábrica Flaskô de Sumaré/SP convidam todos a participar de um Encontro, no dia 15 de dezembro (sábado), às 9 horas. A atividade pretende reunir centenas de apoiadores para debater a situação da luta pelos empregos em fábricas que ameaçam fechar ou demitir.
Entenda o caso:
A Flaskô é uma fábrica do setor químico-plástico que está sob controle dos trabalhadores há quatro anos e meio e, desde a ocupação, muita luta foi travada para manter os postos de trabalho, os salários e a produção. Os trabalhadores tomaram essa decisão para não ficarem desempregados, pois a empresa ia fechar as portas sem pagar nenhum direito a ninguém. Para tanto, contaram com o apoio dos trabalhadores da Cipla e Interfibra, indústrias do mesmo ramo, localizadas em Joinville/SC, precursoras do “Movimento Nacional das Fábricas Ocupadas”.
Enormes dificuldades pesam sobre a Flaskô e podem levá-la à liquidação, devido principalmente ao fornecimento de energia elétrica e às dividas deixadas pelos antigos donos e que são constantemente cobradas pela justiça.
A Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) além de cobrar as contas mensais, exige o pagamento de R$ 20 mil por mês referente ao parcelamento de dívidas deixadas pelos patrões e, ainda por cima, existe uma conta atrasada de R$ 100 mil que se não for renegociada, poderá levar ao corte de luz, ao fim das atividades produtivas e à conseqüente eliminação dos empregos da Flaskô.
Intervenção federal contra a ocupação
A dificuldade se soma à intervenção federal decretada em maio desse ano contra o controle dos trabalhadores na Cipla e Interfibra. Através de uma ação movida pelo INSS (Ministério da Previdência), a Justiça Federal de SC, sob pressão de entidades patronais, nomeou um interventor para tomar posse das fábricas, numa operação que contou com 150 policiais fortemente armados, que acabou por expulsar o Conselho de Fábrica eleito pela assembléia dos trabalhadores.
Desde então, o interventor Rainoldo Uessler vêm demitindo, retirando direitos e diminuindo as atividades produtivas das empresas. Cerca de 250 trabalhadores já saíram da Cipla, sem direito a verbas rescisórias, os salários não são pagos integralmente e a jornada de trabalho que havia sido reduzida para 30 horas semanais, voltou a ser de 44 horas.
Portanto, enquanto a Cipla e a Interfibra são levadas ao fechamento devido à intervenção federal, a Flaskô pode fechar devido à pressão política e econômica das multinacionais do setor plástico, da justiça ou da CPFL. Em ambos os casos, percebe-se também a negativa dos governos e instituições públicas em atender as reivindicações dos trabalhadores, o que poderia amenizar ou solucionar definitivamente a situação.
Interesse jornalístico
Líderes do Movimento Nacional das Fábricas Ocupadas estarão presentes para explicar com detalhes a história da luta e a situação atual. Além disso, trabalhadores do chamado “chão de fábrica” poderão dar relatos de como e porquê a ocupação das empresas mudaram suas vidas e deram um sopro de esperança para suas famílias.
Trata-se de um exemplo de dignidade e resistência contra a barbárie causada pelo desemprego e uma ação social polêmica, mas transformadora.
Encontro em Apoio ao Movimento das Fábricas OcupadasPróximo sábado, dia 15 de dezembro, às 9 horas
Na Flaskô. Rua 26, número 300. Parque Bandeirantes, Sumaré/SP
(Km 107 da Rodovia Anhanguera, sentido SP – Interior)
Contatos:
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(19) 3864-0242
Rafael Prata: (19) 9723-4695
Assessoria de Imprensa
Fernando Gomes Martins: (19) 8164-1971
Membro do Conselho de Fábrica da Flaskô