Embrapa Pantanal assedia moralmente os...
Publicado: 31 Julho, 2009 - 11h48
Escrito por: Sinpaf/Observatório Social
Os trabalhadores da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS) denunciam assédio moral praticado pela chefia da unidade por meio do SGP, que tenta obrigá-los a assinar o termo de compensação de horas.
A Diretoria Nacional do SINPAF alerta os trabalhadores para o fato de que esse procedimento configura coação, pois nenhum trabalhador tem obrigação legal de assinar quaisquer termos aditivos ao seu contrato de trabalho. "Especialmente os que reduzem disposições regulamentadas por lei, como a obrigação do pagamento de horas extras em caso de sobrejornada", explica o presidente do SINPAF, Valter Endres.
A norma de frequência elaborada pela Embrapa está sendo discutida no Ministério Público do Trabalho, em Brasília-DF, que já considerou os termos de compensação de horas ilegais, assim como ressaltou a legalidade da obrigação do registro de frequência para todos os trabalhadores.
O SINPAF orienta os trabalhadores a denunciar a tentativa da empresa de obrigá-los a assinar os termos de compensação de horas. O assédio moral praticado pelos representantes da empresa é intolerável.
Não dar importância ao assédio é banalizar a violência
Em palestra realizada em São Paulo, pelo Observatório Social e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), na semana passada, Ângelo Soares, doutor em sociologia do trabalho, pesquisador sobre assédio moral, emoções e saúde mental no trabalho e professor da Universidade do Quebec (Montreal/Canadá), afirmou que "ninguém é invulnerável ao assédio moral, pode acontecer com qualquer trabalhador".
O pesquisador disse que "quem nega uma situação desta está banalizando a violência". Para ele, os especialistas em saúde mental devem conhecer melhor a gestão organizacional das empresas para reconhecer que muitas doenças são causadas pela prática abusiva de pressão por metas, humilhações, pressões e constrangimentos. "Uma administração sem respeito é assédio, é um ataque à dignidade da pessoa", concluiu.