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Em visita ao consulado cubano em SP

CUT manifesta solidariedade a Cuba e denuncia campanha do imperialismo, da mídia e seus satélites

Publicado: 12 Abril, 2010 - 12h44

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Rosane (centro) no ConsuladoRosane (centro) no ConsuladoEm visita ao consulado cubano em São Paulo,sexta-feira (9), a Central Única dos Trabalhadores manifestou a solidariedadeda classe trabalhadora brasileira a Cuba e seu povo contra a campanhadesinformativa e de achincalhe patrocinada pelo imperialismo norte-americano e pelamídia, reverberada por seus satélites.

Na oportunidade, a secretária nacional deComunicação da CUT, Rosane Bertotti, acompanhada pelo assessor da secretaria deRelações Internacionais, Alexandre Bento, foi recebida pelo cônsul CarlosTrejo, pela consulesa Georgina Németh e pelo cônsul adjunto Aldo Amaro.

Rosane lembrou que os ataques sistemáticosmovidos contra Cuba, Venezuela e Bolívia tem a mesma matriz reacionária ecumpre uma função desinformativa e tática, atacando a imagem e a política deesquerda em ano eleitoral no nosso país. “É uma pauta deturpada”, sublinhou adirigente, lembrando que inúmeros avanços obtidos pela Ilha do Caribe sãoinvisibilizados pela mesma mídia que amplifica qualquer eventual dificuldade ouproblema.

Conforme Rosane, “a revolução cubana e suasconquistas têm sido historicamente um importante parâmetro para a luta de todasas forças de esquerda e movimentos sociais na sua caminhada pela justiça”.Segundo a dirigente, a perspectiva é de que se estreitem cada vez mais as relaçõescom Cuba, com a Central dando todo o apoio possível à continuidade de um processoque aposta na transformação e na afirmação do ser humano. O fortalecimento dointercâmbio com a Central de Trabalhadores de Cuba (CTB), ressaltou, deve serum elemento a mais na troca de experiências e conhecimentos sobre ambas realidades.“O fato é que em nosso país os grandes meios de comunicação são controlados pormeia dúzia de famílias que manipulam a informação a seu bel prazer, divulgando ereforçando preconceitos que atentam contra a unidade latino-americana”,explicou.

Carlos Trejo agradeceu a presença cutista noato de solidariedade realizado em frente ao consulado no dia 7 de abril e denunciouque, de dentro do consulado, todos puderam ver quando “manifestantes”contratados pela União Geral dos Trabalhadores (UGT) receberam recursos paraachincalhar a revolução.

Sobre o protesto em Havana de algumasmulheres de delinqüentes comuns cubanos, alçados a “presos políticos” ou “presosde consciência” pelo governo norte-americano e sua mídia, o cônsul denunciouque é um movimento de “mercenárias” a serviço do imperialismo contra arevolução. “Os que foram condenados o foram por leis pré-existentes emprocessos transparentes por delitos de sedição e mercenarismo. As chamadas damasde branco assumem abertamente que são financiadas pelos dólares recebidos dos norte-americanos”,esclareceu.

Trejo lembrou que por “traição ao país”,pessoas que facilitam a vida para o inimigo são condenadas a morte nos EstadosUnidos. E que na Espanha, Alemanha ou Argentina há leis que punem exemplarmentequem age em prol de uma potência estrangeira.

“É bom lembrar que o nosso país estásubmetido há 50 anos por um bloqueio criminoso, que enfrentamos e derrotamos naBaía dos Porcos uma tentativa armada de invasão, que fomos ameaçados por umataque nuclear durante a crise dos mísseis, que fomos alvo de terrorismo porparte de agentes norte-americanos. Há uma guerra econômica movida contra Cuba eum bloqueio a ser levantado. A ação de criminosos nada tem a ver com dissidência,como esta campanha mentirática quer fazer crer”, declarou Trejo.

O cônsul lembrou da enorme participaçãopopular no processo eleitoral cubano, realizado a cada dois anos e meio – que superaos 87% - e da possibilidade democrática da revogação do mandato; da presença solidáriacubana no Haiti, que completou dez anos; dos 38 mil médicos cubanos presentesem mais de 100 países; da operação Milagre, que já devolveu a visão a mais de25 mil brasileiros com catarata; dos planos cubano e brasileiro de reconstruçãodo sistema de saúde haitiano, como demonstrações do compromisso da revoluçãocubana com o ser humano. Demonstrando a que nível chega o ódio e o medo daextrema direita norte-americana com os êxitos da Ilha, o cônsul lembrou quedesde 1963 há uma lei nos EUA que impede até mesmo o Correio de funcionar entreos dois países.

No próximo período, a CUT vai impulsionaras ações dos Comitês de Solidariedade a Cuba, fortalecendo a articulação com osmovimentos sociais e a mobilização da militância e da sociedade brasileira.  

 

Amídia e suas damas contra Cuba

 

Escrito por João Felício, secretário deRelações Internacionais da CUT, e Rosane Bertotti, secretária nacional deComunicação

 

Na ânsia por virar a página da pré-históriada Humanidade, há homens e mulheres que têm se dedicado a fortalecer os laçosde solidariedade, coletivismo, justiça e amizade, dando o melhor de si paraconstruir relações mais harmoniosas de convivência entre países e povos.

Na linha de frente dessa caminhada, há umpaís e um povo que têm se esmerado por fazer valer este compromisso, conduzindoa bandeira da liberdade, da igualdade e da fraternidade com invulgardeterminação. Em que pesem as tremendas atrocidades a que ambos – país e povo -vêm sendo vitimados pela – ainda - principal potência do planeta e seu bloqueiocriminoso, Cuba exibe as mais altas taxas de educação, saúde e segurançapública do planeta.

Desde a revolução de 1º de janeiro de 1959,o povo cubano tem dado mostras de sua lealdade aos princípios, de sua inflexãofrente à injustiça e de seu compromisso com a verdade. O que não quer dizer,obviamente, infalibilidade nem algo que se aproxime de uma “sociedadeperfeita”. Como toda obra humana, a revolução cubana tem suas imperfeições esão os próprios cubanos, na busca incessante pela superação, os mais críticos eauto-críticos. 

Para não nos estender, lembramos dosmilhares de cubanos que entregaram generosamente sua vida no combate aoapartheid, lutando ombro a ombro com as tropas angolanas contra os racistassul-africanos; dos milhares de médicos que, superando os profissionais daspróprias Nações Unidas, brindam generosamente seu apoio em todos os rincões doplaneta, inclusive no Brasil; do atendimento gratuito a dezenas de milhares devítimas da tragédia de Chernobyl; dos professores que ajudaram a fazer daBolívia e da Venezuela, assim como a própria Ilha Caribenha, territórios livresdo analfabetismo; sem falar nas dezenas de milhares de alunos que acolhem dospaíses mais pobres da América – inclusive dos próprios EUA – que se formaramnas universidades cubanas em medicina e outras profissões essenciais para adefesa da vida.

A mesma mídia que desconhece tais feitos deum processo tão generoso, agora tem a pretensão de transformar o boato em fatoao promover criminosos comuns a presos políticos. Sem medidas para o seuachincalhe, os donos dos meios de comunicação utilizam-se da própria figuraheróica das Mães da Praça de Maio, que combateram o bom combate contra aditadura argentina, para, através das “Damas de Branco”, fazer um arremedo de“lutadoras pela liberdade”. Sem o menor descaramento, tais figuras,comprovadamente a soldo de governos estrangeiros, vêm sendo patrocinadasdiretamente pela embaixada norte-americana, que tem inclusive participado compessoal diplomático de tais ações de solidariedade aos seus agentes. A despeitode toda essa ajuda imperialista e de jornalistas-satélites, essa “oposição” nãoconsegue reunir sequer mais que uma dezena em suas manifestações públicas.

No território cubano não existem presospolíticos, torturas nem assassinatos, pois foi contra esta barbárie que arevolução se fez e consolidou. Os que existem e eles são muitos, estão todoslocalizados na Base de Guantánamo, ocupada militarmente há mais de um séculopelo governo dos Estados Unidos. Alguns dos instrumentos utilizados nasmasmorras para o escárnio podem ser vistos no Museu da Revolução, em Havana,que os exibe como prova de um tempo que não voltará, jamais. Assim como osmendigos pertencem a um lugar do passado, os milhões de cubanos só tomaramconhecimento de tamanhas atrocidades pelos livros didáticos.

Em Cuba, evidentemente, existem problemas,mas não estão no terreno dos direitos humanos, nem da tão propalada – e tãopouca praticada nos nossos países - liberdade de expressão. A chiadeira dosdonos da mídia no Brasil contra a Conferência Nacional de Comunicação é provadisso.

Mas voltando à Ilha, é bom lembrar o grandepoeta e herói da independência de Cuba, José Martí: “Os homens não podem sermais perfeitos que o sol. O sol queima com a mesma luz que esquenta. O sol temmanchas. Os ingratos não falam mais que das manchas. Os agradecidos falam daluz”.