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Em Sorocaba, mais de 17 mil metalúrgicos...

Publicado: 08 Outubro, 2009 - 10h29

Escrito por: Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba

 

Os aumentos propostos para os metalúrgicos vão de 6,53% a 8,6%. O aumento real in­cluído nesses índices varia de 2% a 4%. No caso do menor índice (6,53%), os trabalhadores também garantiram abonos salariais de até R$ 850, de­pendendo da fábrica. A data-base da categoria metalúrgica, que soma 37 mil trabalhadores em Sorocaba e região, é 1° de setembro. O maior reajuste ofereci­do até agora, de 8,6%, é com­posto por 4,44% de reposição da inflação (INPC) e 4% de aumento real nos salários. Já o reajuste de 6,53% é formado por 4,44% de INPC e 2% de aumento real, além do abono.

Agilidade e mobilização

O objetivo do sindicato ao procurar as empresas da região foi agilizar as nego­ciações sobre as cláusulas econômicas da campanha sa­larial. As negociações estadu­ais, lideradas pela Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM), estão emperra­das há várias semanas. O reajuste oferecido pelos sindicatos patronais no esta­do é menor do que os índices que têm sido conquistados nas negociações e mobiliza­ções por fábrica. "Nossa prioridade nas ne­gociações é o aumento real, o reajuste acima da inflação, pois ele reflete nos salários todo mês, nas férias, no 13º, no FGTS, nos reajustes futuros. Mas como há de­manda por abono em alguns casos, negociamos essa rei­vindicação também", afirma Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté. A mesma iniciativa dos metalúrgicos de Sorocaba foi tomada por diversas outras bases sindicais da categoria filiadas à CUT no estado.

Grupo 3

Na semana passada, ape­nas o acordo com o Grupo 3 (autopeças, forjarias e para­fusos) foi assinado pela FEM. Mas alguns sindicatos da fe­deração, como o de Sorocaba e de Itu, ainda não assinaram o acordo, pois continuam negociando por fábrica para obter melhores condições aos trabalhadores. Quando o sindicato deci­dir assinar o acordo estadual, ficarão garantidos os reajustes mais vantajosos para os traba­lhadores (obtidos por fábrica ou pela FEM) e, ao mesmo tempo, todas as cláusulas so­ciais contidas na Convenção Coletiva de Trabalho. Em algumas fábricas, foram necessárias greves ou protestos com várias horas de duração para fazer os empresários cederem os re­ajustes. Os trabalhadores da Flextronics levantam os braços e aprovam proposta de reajuste salarial de 2009.

Trabalhadores de cinco empresas fizeram greve

Em algumas empresas da região de Sorocaba, foram necessárias greves para pa­trões cederem os reajustes reivindicados pelos me­talúrgicos. Até terça, dia 6, trabalhadores de cinco empresas haviam decretado greves: Barros Monteiro, Hurth-Infer, Zobor, Nova Tamboré e Telcon. As greves aconteceram entre o dia 29 e o início desta semana. Em quatro empresas os trabalhadores já conquis­taram acordos e retornaram ao trabalho. Na Barros Monteiro a paralisação durou todo o pe­ríodo da manhã do último dia 29. Já a greve na Zobor foi de 1° a 5, quando os trabalhadores conquistaram o acordo. Pe­los registros do Sindicato, foi a primeira vez que a Zobor enfrentou uma greve.

Também no dia 1°, os trabalhadores da Nova Tamboré pararam a produ­ção das 7h às 15h para ter suas reivindicações atendi­das. No dia 2, foi a vez dos metalúrgicos da Hurth-Infer mostrarem que exigiam o aumento real. A paralisação aconteceu durante todo o primeiro turno.


Na Telcon, a greve teve início no 3º turno no dia 5, até às 14h de ter­ça. Uma assembléia estava prevista para a manhã desta quarta (7), em frente à empresa, na qual os trabalhadores de­veriam votar uma proposta de acordo.

Episódio negativo

Apesar de já haver, após uma mobilização, uma pro­posta da Telcon para ser avaliada, um episódio ne­gativo na empresa vai ficar marcado nesta campanha salarial, que foi o fato de os mensalistas terem investido, até fisicamente, contra a mo­bilização dos trabalhadores da produção na manhã do último dia 6.Funcionárias do setor administrativo foram estra­tegicamente colocadas na li­nha de frente de um arrastão formado pelos mensalistas. Os sindicalistas e demais trabalhadores em nenhum momento reagiram às agres­sões verbais e provocações.


"Os negociadores da em­presa foram irresponsáveis. Eles incentivaram desaven­ça entre os funcionários da produção e dos escritórios. Agora vão ter que admi­nistrar esse clima ruim no dia-a-dia", afirma o diretor sindical Adenilson Alves Berto. No último dia 30 de setembro foi a vez dos operários da Gerdau Sorocaba e Araçariguama pararem. Na YKK funcionários já rejeitaram uma proposta e continuam mobilizados.

Empresas com acordo

Entre as empresas que mais estão criando resis­tência para negociar acor­dos locais este ano estão o grupo Gerdau, a Bardella, Jaraguá e grupo Metso. O argumento dessas empresas é que estão aguar­dando os sindicatos patro­nais entrarem em acordo com a federação dos meta­lúrgicos no estado. O Sindicato dos Meta­lúrgicos, por outro lado, se declara aberto às nego­ciações, independente das discussões estaduais."Claro que a mobiliza­ção dos trabalhadores no chão-de-fábrica é funda­mental para ‘estimular' as empresas a tomarem essa iniciativa", afirma Valdeci Henrique da Silva, o Ver­dinho, secretário-geral do Sindicato.

Protestos na Gerdau e na YKK

Outros destaques da cam­panha salarial até agora são os trabalhadores da Gerdau e da YKK. Para obter o reajus­te e contribuir para pressio­nar os sindicatos patronais na Fiesp, os metalúrgicos dessas duas empresas reali­zaram paralisações de duas horas por turno nos últimos dias.Na Gerdau de Sorocaba e de Araçariguama as paralisa­ções aconteceram no último dia 30. Já nas três unidades da YKK em Sorocaba, a mobilização também durou duas horas por turno nos dias 5 e 6.Nas duas empresas as ne­gociações ainda estão indefi­nidas, mas os trabalhadores continuam mobilizados.No caso da YKK, há de­núncias de pressão interna. "Mesmo assim, uma proposta da empresa foi corajosamente rejeitada pelos trabalhadores na semana passada. Quanto mais assédio patronal acon­tece, mais os trabalhadores e trabalhadoras ficam revol­tados e mobilizados", alerta João de Moraes Farani, diretor executivo do Sindicato e vice-presidente da FEM-CUT.