Em defesa da indústria e da soberania frente ao ataque tarifário de Trump
Leia a Nota Oficial da Direção da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT)
Publicado: 05 Agosto, 2025 - 14h13 | Última modificação: 06 Agosto, 2025 - 09h51
Escrito por: CNM/CUT

A Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), integrante do Macrossetor Indústria da CUT, manifesta publicamente sua preocupação e seu posicionamento diante da decisão unilateral do governo dos Estados Unidos, sob comando do presidente Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados. A medida entra em vigor no próximo dia 6 de agosto e representa uma grave ameaça à soberania econômica do Brasil, à nossa capacidade produtiva e aos empregos da classe trabalhadora.
O impacto direto sobre a indústria nacional — especialmente setores como o metalúrgico, químico, da construção civil, alimentação e energia — exige uma resposta coordenada entre trabalhadores, governo e setor produtivo. O Macrossetor Indústria da CUT reafirma, por meio de manifesto conjunto, seu compromisso com a defesa do desenvolvimento industrial soberano, do fortalecimento do mercado interno e da geração de empregos de qualidade no país.
Dentre as medidas propostas, destacam-se:
- A criação de um espaço permanente de articulação tripartite (trabalhadores, governo e empresários) para coordenar estratégias comerciais, industriais e diplomáticas frente a ataques econômicos externos;
- Atuação internacional junto a entidades e organismos nos Estados Unidos para denunciar a política protecionista e arbitrária de Trump;
- Políticas de proteção ao trabalho, articuladas com a política industrial, para impedir o avanço da precarização
- Implementação de políticas nacionais de estímulo ao crédito, incentivos tributários e proteção ao trabalho;
- Apoio à diversificação produtiva e comercial, com foco na redução da dependência de mercados como o estadunidense;
- Fortalecimento das micro e pequenas empresas e do consumo interno como vetores da reindustrialização brasileira;
- Criação de mecanismos regionais de resposta e mobilização da classe trabalhadora nas redes e nas ruas.
Dados do próprio Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) apontam que a nova tarifação atinge diretamente cerca de 36% das exportações brasileiras para os Estados Unidos — sobretudo itens como aço, alumínio, cobre, autopeças e automóveis. São setores que empregam milhares de trabalhadores e que já vinham sendo afetados por práticas comerciais desleais e por uma política cambial volátil.
Neste contexto, a CNM/CUT defende que o Brasil adote uma postura firme, baseada em princípios de soberania, desenvolvimento com justiça social e fortalecimento do parque industrial nacional. A taxação imposta por Trump não é apenas uma medida econômica; é uma ação com consequências políticas e geopolíticas que devem ser enfrentadas com unidade, estratégia e diálogo social.
A luta da classe trabalhadora não se limita à resistência. É também uma proposta concreta de futuro, com mais indústria, mais empregos e mais Brasil.
Direção Executiva da CNM/CUT
Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT
05 de agosto de 2025