Em atividade do FSST, sindicalistas refletem...
Presidente da CUT-RS afirma que desenvolvimento econômico não pode ser à custa da saúde do trabalhador
Publicado: 29 Abril, 2014 - 12h50
Escrito por: Renata Machado/CUT-RS
O Dia Internacional em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças Relacionadas ao Trabalho, 28 de abril, teve uma programação especial, promovida pelo Fórum Sindical de Saúde do Trabalhador (FSST), na cidade de Canoas (RS).
Na abertura do evento, o prefeito Jairo Jorge propôs uma reflexão sobre o tema. “Hoje estamos aqui para refletir, para trazer à cena pública aquilo que é invisível para a sociedade”, comentou.
Já o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, lembrou os cerca de dois mil trabalhadores mortos em 2012 e a necessidade de debater políticas para combater esses números. “O desenvolvimento econômico não pode ser à custa da saúde do trabalhador”, afirmou.
Nespolo também falou do PL 4330, sobre a terceirização. “Esse projeto é um mecanismo de precarização que intensificará as doenças ocupacionais e acidentes. Estatísticas mostras que de cada 10 acidentes de trabalho, oito são com terceirizados e na maioria das vezes, esses trabalhadores não conseguem se reinserir no mercado de trabalho”, declarou.
Na primeira mesa foi debatido os temas: justiça do trabalho, previdência, reabilitação, aposentadoria e benefícios com o painel do advogado do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre, João Lucas de Mattos. Um dos principais pontos abordado por ele foi a aposentadoria para pessoas com deficiência.
Para o secretário de Saúde do Trabalhador da CUT-RS, Mário Reis, é responsabilidade dos trabalhadores criar espaços e debater esse assunto dentro das entidades sindicais. “Precisamos de uma política nacional da saúde do trabalhador”, acredita Reis.
Ivo Vailatti, do Sindicato Moveleiro Bento Gonçalves e Antônio Munari, do Sindicato Metalúrgico Canoas também defenderam políticas que vão ao encontro da proteção e prevenção da saúde do trabalhador. “A empresa tem que garantir o emprego do trabalhador acidentado até a sua aposentadoria”, defende Munari.
Em seguida, foi realizado outro debate, sobre “Intervenção do Estado na saúde do trabalhador, Fiscalização de Acidentes de Trabalho, Saúde do trabalhador”, com a participação do chefe da Divisão de Vigilância em Saúde do Trabalhador, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), Fábio Kalil, do presidente da Associação Gaúcha dos Auditores do Trabalho (Agitra), Luiz Alfredo Scienza, e o médico do trabalho Rogério Dorneles.
Os painelistas afirmaram que a legislação vigente tem que ser mais intensa na vigilância da saúde. Eles declararam ainda, que o debate sobre saúde do trabalhador está cada vez mais qualificado entre os dirigentes sindicais.
Durante toda a manhã, os trabalhadores presentes participaram esclarecendo suas dúvidas. O deputado estadual Nelsinho Metalúrgico também participou da atividade, que encerrou por volta das 13h.
A data
No dia 28 de abril de 1969, a explosão em uma mina de Farmington, Estado de Virgínia, Estados Unidos, vitimou 78 mineiros. Em 2003, em memória às vítimas, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) adotou esta data como o dia oficial da segurança e saúde nos locais de trabalho. Em maio de 2005, foi instituído o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, regulamentado pela Lei nº 11.121/2005.