Em 15 estados, trabalhadores rurais gritam fora Temer

Do Norte ao Sul do país, trabalhadores rurais promoveram nesta quinta-feira (9) mobilizações em defesa da agricultura familiar, da democracia e atacaram as políticas golpistas de Michel Temer e seus aliados.

Em ao menos 12 estados, sobraram críticas sobre o fim do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) e o anúncio de que a Previdência Rural deve sofrer ataques no governo golpista.

Conforme destacou a secretária de Formação da CUT, Rosane Bertotti, que participou dos atos de Chapecó (SC), a principal luta dos agricultores familiares é para manter os avanços conquistados nos governos Lula e Dilma com políticas públicas voltadas a quem coloca comida na mesa dos brasileiros.

“O que está em debate é deixar de considerar a agricultura familiar como categoria de produção, nos colocando como desenvolvimento social. É um modelo de política que quer economizar cortando direitos, atacando nossa Previdência, tentando desvincular o salário das aposentadorias e diminuindo programas de distribuição de renda. Programas que, em muitos municípios são fundamentais para a economia local”, disse.

Para a dirigente, as medidas, definidas sem sequer tentar dialogar com os trabalhadores são um exemplo de desrespeito à luta e a quem produz.

Conheça os estados onde ocorreram as mobilizações:

Alagoas
Mais de 3500 militantes dos movimentos populares do campo estão mobilizados desde quarta-feira (08), ocupando agências do INSS e Caixa contra mudanças na previdência rural (como a desvinculação do salário mínimo ou o aumento da idade mínima para agricultores) e em defesa das políticas habitacionais no campo em 11 municípios. Os militantes fazem parte da Via do Trabalho, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Terra Livre e do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST).

Bahia
Ocupação do prédio da Caixa em Salvador por manifestantes do Movimento Nacional de Luta por Moradia e da União Nacional por Moradia Popular (UNMP).

Também a agência da Previdência Social de Jacobina foi ocupada por camponeses do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).

Belém
Houve uma parada em frente ao Banco do Brasil com participação da CUT, camponeses e camponesas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ribeirinhos, pescadores e quilombolas a partir do mercado “Ver o Peso”, em Belém.

Manifestantes do Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM) e da União Nacional por Moradia Popular (UNMP) ocupam o prédio da Caixa, em Belém.

Ceará
Cerca de 3.500 manifestantes do MST ocuparam nesta quinta-feira (9), as agências da Caixa, do INSS e do Banco do Nordeste, na cidade de Crateús, no Ceará contra a reforma da Previdência e os cortes do programa Minha Casa Minha vida nas áreas rurais e urbanas de todo o país.

Distrito Federal
Parlamentares, ex-funcionários do MDA e militantes de diversos movimentos rurais protestaram em frente a dede do Ministério extinto pelo governo interino. A ação que contou com mais de cem manifestantes é contra a extinção do Ministério e contra as políticas conservadoras de Temer.

Goiás
Desde a madrugada desta quinta-feira (09), os camponeses e camponesas estão em marcha, em Catalão e ocuparam a sede da Previdência Social.

Paraná
Os Sem Terra estão mobilizados desde a quarta-feira (08), com mais de 1200 trabalhadores em luta. Foi ocupada a agência da Conab e foi erguido um acampamento em frente à superintendência do Incra, em Curitiba. Na tarde desta quinta-feira (09), o acampamento recebeu a visita da vice-prefeita de Curitiba, Mirian Gonçalves (PT), quando dialogaram sobre a necessidade das políticas públicas para os assentamentos.

Pernambuco
Manifestantes do MST da Regional Mata Sul e Gameleira fecharam as rodovias BR-101 e BR-316, em Petrolândia (PE).

Em Recife, cerca de 300 pessoas do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da União Nacional por Moradia Popular (UNMP) ocupam o prédio da Caixa, na Ilha do Leite.

Piaui
Camponeses e camponesas do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA-PI), ocupam a Previdência Social em Teresina. "Vamos tomar café da manhã por aqui", afirmam os camponeses. Eles ocupavam, desde o último dia 6 de junho, o prédio do Ministério do Desenvolvimento Agrário, também na capital piauiense. foto: Comunicação MPA

Rio Grande do Sul
Manifestantes da Frente Brasil Popular promovem ato em frente à Previdência Social de Erechim, no Rio Grande do Sul. A Jornada Nacional de Lutas desta quinta-feira (9), unifica movimentos urbanos e do campo contra os retrocessos do governo ilegítimo de Michel Temer. 

Rio Grande do Norte
A rodovia BR-406, no município de Ceará Mirim, no Rio Grande do Norte, foi paralisada por manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na manhã desta quinta-feira (9). O ato integra a Jornada dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo e pedia o fim do governo ilegítimo de Michel Temer.

São Paulo
No interior de São Paulo, na cidade de Itapeva, 150 manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ocupam uma unidade da Caixa. Ao Brasil de Fato, os manifestantes relataram tensão com a polícia.

Santa Catarina
Cerca de 200 manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) já estão reunidos em frente ao Banco do Brasil de Chapecó, em Santa Catarina. O ato denuncia a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário, a fragilização de programas sociais Minha Casa Minha Vida e a reforma da Previdência. 

Sergipe
Em Aracajú, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), entre outras frentes de luta pelo campo, promoveram um ato na Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) de Tabuleiro Costeiro. O objetivo dos manifestantes do semiárido, reunidos para o IV Encontro Nacional de Camponeses, é que a Embrapa se comprometa com o campesinato, com a agroecologia e com as sementes crioulas, além de denunciar o governo ilegítimo de Michel Temer. 

Tocantins
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam na manhã desta quinta-feira (9), a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) no estado do Tocantins, em defesa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e do Programa de Aquisição de Alimentos, que sofreu um corte de R$ 170 milhões no último dia 31 de maio.