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Devastação S/A

Observatório Social lança Revista especial sobre a Amazônia nesta quarta, em São Paulo

Publicado: 08 Junho, 2009 - 13h01

Escrito por: Marques Casara e Paola Bello

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Reportagem publicada pela revista do Observatório Social, que será lançada nesta quarta-feira, na Contraf, em São Paulo, mostra como funciona a exportação de madeira oriunda de áreas desmatadas. Funcionários públicos corruptos e grandes empresas de exportação estão envolvidas no esquema. As maiores empresas do setor de madeira, sediadas nos Estados Unidos, na Ásia e na Europa compram a madeira da devastação.

Por Marques Casara e Paola Bello


Gigantes internacionais dos ramos de beneficiamento e de comercialização de madeira estão ligados a um esquema milionário que transforma madeira retirada ilegalmente da Floresta Amazônica em produtos legalizados. Entre os envolvidos estão órgãos ambientais e grandes exportadoras. A madeira é vendida para as maiores cadeias de vendas de pisos e móveis nos Estados Unidos, Europa, Asia e Oceania, muitas delas detentoras de selos de certificação de madeira. A reportagem completa está na próxima edição da revista do Observatório Social, que será lançada no dia 10, em São Paulo. A revista vai revelar quais são as empresas envolvidas, tanto no Brasil quanto no exterior.

Segundo a revista, 70% de toda a madeira comercializada no estado do Pará, maior vendedor de madeira amazônica no Brasil, tem origem ilegal. Essa madeira passa por um processo de "esquentamento" que funciona dentro de órgãos do governo. Autoridades do Ministério Público Federal e do Ibama confirmam o esquema e apontam o envolvimento da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Segundo eles, o mercado de madeira amazônica é movido por um mercado paralelo - o de créditos de madeira. A descoberta do esquema leva à constatação de que o Pará é o segundo estado brasileiro que mais compra madeira, atrás apenas de São Paulo. O comércio, entretanto, não chega a ser consumado. O único produto que viaja é o papel que registra o crédito e que permite o esquentamento de milhares de metros cúbicos provenientes de terras indígenas, áreas de preservação permanente e demais regiões onde a exploração comercial é proibida.

Ao lado de empresas fantasmas, de empresas que devem milhões em multas ambientais e de empresários que respondem por falsidade ideológica e escravidão de trabalhadores, grupos internacionais se beneficiam com o esquema. Entre os maiores, a dinamarquesa DLH Nordisk, o grupo europeu Kingfisher, das marcas Castorama e Brico Dépôt, e a norte-americana Lumber Liquidators, do milionário Tom Sullivan, patrocinador de programas como Dream Home, do canal Home and Garden Television, Extreme Makeover: Home Edition e This Old House.

A lista completa das empresas que compram madeira brasileira resultante desse esquema será revelada na próxima edição do Observatório Social Em Revista.

A revista também vai mostrar como funciona o mercado interno ligado à destruição da Amazônia, revelando quais empresas dos setores de madeira, carne e grãos tem vinculação ou estão implicadas na compra de produtos oriundos de empresas com problemas ambientais ou envolvidas em trabalho escravo. Dentre as organizações, gigantes como Tramontina, ADM, Marfrig, Quatro Marcos e Metalsider.

A apuração, que demorou nove meses, foi realizada por jornalistas do Observatório Social, da ONG Repórter Brasil e da Papel Social Comunicação. Essa pesquisa foi uma iniciativa do Forum Amazônia Sustentável, do Movimento Nossa São Paulo e do Observatório Social.

Serviço

Lançamento de Observatório Social em Revista, edição 15

Data: 10 de junho de 2009, quarta-feira

Horário: 10h

Local: Auditório da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf). Rua Libero Badaró, 158. Centro. São Paulo

Para confirmação de presença e informações adicionais

Paola Bello - paola@os.org.br