Debate sobre sequelas da Covid-19 marca dia da segurança e saúde no trabalho
Data foi instituída pela Organização Internacional do Trabalho após morte de 78 pessoas em explosão de mina nos Estados Unidos em 1969
Publicado: 29 Abril, 2021 - 09h11
Escrito por: Redação RBA

As sequelas da covid-19 na saúde dos trabalhadores, especialmente entre os bancários, foi tema de um webinário organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), na manhã desta quarta-feira (28). O debate marcou o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho. Foram convidadas as médicas Maria Maeno e Clarissa Lin Yasuda.
A data foi instituida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) após a morte, em 28 de abril de 1969, de 78 trabalhadores na explosão de uma mina nos Estados Unidos. No Brasil, entrou no calendário durante o primeiro governo Lula como Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, pela Lei nº 11.121, no ano de 2005.
De acordo com estatísticas da OIT, 2,02 milhões de pessoas morrem a cada ano devido a enfermidades relacionadas ao trabalho. A cada 15 segundos, 115 trabalhadores sofrem um acidente laboral e um morre.
Momento muito difícil
“É um momento muito difícil, sem perspectivas claras, ainda mais no Brasil, que é tratado como o epicentro da doença”, lamentou Maria Maeno, referindo-se à covid-19. “Atualmente, estamos disputando a narrativa entre as saídas individuais e as ações conjuntas. Por isso, mais do que nunca, a ação sindical é fundamental, para que os bancários tenham consciência de como a coletividade é importante não só como categoria, mas também como sociedade.”
A médica e pesquisadora comentou a postura dos bancos e seus serviços médicos na atenção aos bancários adoecidos. Abordou ainda o medo de contaminação, reestruturações, demissões e a pressão por resultados. Também falou sobre metas abusivas no contexto da pandemia e o home office .
Clarissa Lin Yasuda é médica e professora assistente de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM/Unicamp). Ela apresentou os dados da pesquisa NeuroCovid, conduzida por ela, com pacientes que fazem múltiplas queixas, mesmo dois meses após a infecção.
Ações sindicais
A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, lembrou que ocorreram mais de 40 negociações desde o início da pandemia, em busca da proteção aos bancários. “Conquistamos a criação de um protocolo de saúde e segurança nos bancos, colocamos mais de metade da categoria em home office. Cobramos dos bancos também informações corretas, que são fundamentais em momentos de crise, para os bancários. E agora nos deparamos com outro problema, que são as sequelas da covid-19. Na conversa com os bancários de base percebemos uma série delas.”