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CUT-SP na luta pela reforma agrária

Em reunião no Incra, superintendente sinaliza que quer avançar com a reforma agrária na região de Paulicéia e Andradina

Publicado: 23 Setembro, 2011 - 09h54

Escrito por: Tatiana Melim ? CUT-SP

Nesta terça-feira (20), o Presidente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima, o Presidente do Sindicato da Agricultura Familiar de Tupi Paulista, José Luiz das Chagas, e o Secretário de Meio Ambiente da CUT-SP, Aparecido Bispo, reuniram-se com o superintendente do Incra de São Paulo, José Giácomo Baccarin, para encaminhar algumas demandas por terra, como desapropriações e assentamento de acampados, nas regiões de Paulicéia e Andradina. 

 

A Fazenda Buritis, em Paulicéia; e as glebas (terras cultivavéis) da Usina Três Irmãos, em Andradina e Pereira Barreto, são as prioridades dos acampados da região, pois correm o risco de despejo. As áreas reivindicadas para reforma agrária pertencem à CESP (Companhia Energética de São Paulo), que entrou com pedido de reintegração de posse na justiça devido ao interesse de vender a área para o Incra.

 

“Devido as construções de usinas da Cesp nos rios Paraná e Tietê nas regiões de Paulicéia e Andradina e o enchimento do lago Porto Primavera, ainda em 1998, a Cesp se comprometeu a vender todas as terras que se estendem de Paulicéia a Andradina. Eles pediram reintegração de posse agora, mas estão dispostos a vender as terras, porém, querem que o Incra sinalize que quer comprar para manter as famílias que já estão na região”, explicou José Luiz. 

 

Desde 2008, doze famílias estão acampadas na Fazenda Buriti e vinte na área de Três Irmãos, sendo doze famílias em Andradina e oito em Pereira Barreto. “Essas famílias já realizam produção nos acampamentos. Já tem produção de mandioca, leite, ovos. Em Paulicéia, por exemplo, as famílias estão se especializando em plantação de urucum. Sem contar que muitos alimentos são vendidos para as merendas escolares da região”, acrescentou José Luiz. 

 

Aparecido Bispo ainda explicou que a região é positiva para a realização da reforma agrária, uma vez que as famílias já produzem no local e que a área é banhada por dois rios (Paraná e Tietê), além de diversos lagos que existem e colaboram para a produção. “Muitos assentamentos sofrem com a falta de água para o cultivo. Nessas áreas, a água não é problema”, completou.    

 

A reunião com o superintendente do Incra deu continuidade ao acompanhamento que a CUT-SP está realizando para que os trabalhadores rurais da região garantam o acesso à terra. “Nos reunimos com o presidente da CESP para resolver a situação dos acampados e ele nos disse que tem interesse na venda da área para o Incra. Porém, o diretor administrativo da CESP nos informou que precisa de um documento do Incra, dizendo que tem interesse na compra da área. Nós, da CUT-SP, que conhecemos a situação das famílias do campo que sofrem com uma falta de política agrária no Estado de São Paulo, tomamos a iniciativa de ampliar o diálogo com Incra para garantir esse direito aos trabalhadores”, explicou Adi dos Santos.

 

O superintendente Baccarin, que está apenas vinte dias no cargo, disse que o Incra tem interesse na região, pois existem outras terras na área em que é possível concentrar os assentamentos. “Essa sempre foi a proposta para viabilizar a reforma agrária, não tem porque o Incra não estudar a área e dar continuidade ao processo”, afirmou.

 

Entretanto, segundo Baccarin, o Incra de São Paulo não tem mais capacidade de adquirir novas terras, pois o orçamento está esgotado. De qualquer forma, sinalizou uma possível conversa com a CESP para mostrar o interesse de adquirir as terras no futuro para a reforma agrária.

 

Dracena

O superintendente do Incra, ao explicar a utilização dos recursos deste ano, disse que a Fazenda de Santo Antônio, em Dracena, será destinada à reforma agrária ainda em 2011, o que significa que as trinta e cinco famílias que estão acampadas no local poderão ter a garantia do assentamento.