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CUT, sindicatos e organizações protestam pela liberdade de presos políticos no Chile

Após apelo de solidariedade internacional feito pela Federação dos Sindicatos Bancários do Chile, os brasileiros foram para a porta do Consulado do país em São Paulo

Publicado: 04 Março, 2021 - 17h39 | Última modificação: 04 Março, 2021 - 17h45

Escrito por: Redação CUT

Roberto Parizotti (Sapão)
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Representantes da CUT, de partidos políticos, vereadores e lideranças políticas protestaram, nesta quarta-feira (3), em frente ao Consulado do Chile, na Avenida Paulista. Eles pediram a libertação de mais de dois mil chilenos presos políticos. Um documento foi protocolado na embaixada.

As prisões de mais de 5 mil pessoas aconteceu durante a Revolta Popular Chilena que se iniciou em outubro de 2019. Uma parte foi solta, mas mais de duas mil pessoas, entre estudantes e trabalhadoras, na sua grande maioria jovens, continuam encarcerados porque foram às ruas para protestar contra a herança ditatorial de Augusto Pinochet, a destruição da previdência e dos serviços públicos no país.

A mobilização atendeu apelo de solidariedade feito pela Federação dos Sindicatos Bancários do Chile.

“A CUT se soma a esta luta há algum tempo. Desde que explodiu a revolta no Chile a gente vem acompanhando e apoiando o povo chileno”, afirmou o diretor da CUT Brasil e Secretário de Imprensa do Sindicato dos Servidores Municipais de SP ( Sindsep), João Batista Gomes, o Joãozinho.

Joãozinho falou  sobre os estragos provocados pelos 30 anos da ditadura Pinochet, que os chilenos estão querendo mudar e por isso os presos políticos precisam ser soltos. “O povo chileno precisa ter sua democracia restabelecida e seus diretos de volta”, disse.

“Não vamos parar por ai, vamos fazer mais mobilizações para combater este autoritarismo e exigir a liberdade dos manifestantes chilenos. É a luta internacional pelos povos e pela democracia no mundo que nos move”, disse Joãozinho.

Na avaliação do dirigente, a situação do país mudou depois da revolta e em breve o país estará discutindo uma nova Constituinte e terá eleição porque foi uma das exigências da luta, mas a luta ainda será longa.

Roberto Parizotti (Sapão)Roberto Parizotti (Sapão)
Joãozinho no ato na Av. Paulista

 

Um pouco sobre a situação chilena quando o povo se revoltou

Durante a ditadura de Augusto Pinochet, o Chile inaugurou, à força, a era no neoliberalismo no continente. A reforma da Previdência, que Paulo Guedes ajudou a implantar lá e sonha em copiar aqui, destruiu as esperanças da maioria dos chilenos de uma velhice digna.

O regime ditatorial orientado pela política norte-americana conduziu as privatizações da mineração, dos sistema bancário, dos serviços públicos de saúde, educação e transporte. A economia incluiu uma minoria, enquanto à maioria da população foi relegada à informalidade, pobreza e desalento.

Em 2019, o Chile foi palco de uma das maiores mobilizações populares da história latino-americana. Durante semanas, milhões de chilenos tomaram as ruas de Santiago e das grandes cidades do país, o que avançou para a exigência do fim da herança ditatorial de Pinochet e sua Constituição neoliberal, com a destruição dos serviços públicos e a piora das condições de vida.

Os históricos protestos foram respondidos pelo governo de Piñera com arbitrariedade e violência. Entre 19 de outubro e 6 de dezembro de 2019, mais de 28 mil chilenos foram detidos, com 5.084 manifestantes presos. Até o momento, milhares permanecem em diferentes penitenciárias do país, com pouca ou nenhuma transparência sobre suas situações legais.

Assista a matéria da TVT, que foi cobrir a mobilização desta quarta