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CUT-RS lamenta falecimento do ex-deputado Carlos Araújo

Araújo se tornou referência de militância política e profissional pelos trabalhadores,

Publicado: 12 Agosto, 2017 - 13h33 | Última modificação: 15 Agosto, 2017 - 13h11

Escrito por: CUT-RS

Fotos: CUT-RS
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Com muito pesar, a CUT-RS lamenta o falecimento do advogado trabalhista, ex-deputado estadual e ex-marido de Dilma Rousseff, Carlos Franklin Paixão de Araújo. Ele morreu na madrugada deste sábado (12), aos 79 anos, no Complexo da Santa Casa, em Porto Alegre, onde estava internado desde do dia 25 de julho. “Era portador de doença pulmonar obstrutiva crônica, complicada por quadro de miocardiopatia dilatada isquêmica”, conforme o laudo médico.

Depois de casados, ambos foram presos em 1970, e torturados durante o seu período na prisão. Ele participaram da resistência armada contra a ditadura, que se instalou no país após o golpe de 1964, militando na organização Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares).

Voltaram para Porto Alegre em 1974, quando Araújo passou a administrar o escritório de advocacia do pai, falecido no mesmo ano. Ana Paula, única filha do casal, nasceu em 1976, e lhes deu dois netos, Guilherme, que tem pouco mais de um ano, e Gabriel, que completa sete anos em 9 de setembro.

 

Defensor dos direitos dos trabalhadores e da democracia

Quadro histórico do PDT, ajudou a fundar o partido junto com o ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, Leonel Brizola.

Foi deputado estadual no Rio Grande do Sul por três mandatos, entre 1982 e 1994, pelo PDT. Em 2004, se desfiliou da legenda e se afastou da vida partidária, voltando a se filiar em março de 2013 ao mesmo partido. Na ocasião, falou em trabalhar pelo resgate do trabalhismo da sigla, considerado por ele  como o “caminho brasileiro para o socialismo”.

Durante a gestão de Dilma na presidência da República e, mesmo após o impeachment, foi uma das pessoas mais próximas da petista.

Dilma estava nesta sexta-feira (11) no Rio de Janeiro, participando de um evento na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e está retornando para Porto Alegre.

 

Encontro com sindicalistas para entrar na história

O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, lembra que em 6 de abril do ano passado, durante o período de luta contra o golpe e em defesa da democracia, um grupo da nova e da velha guarda sindical se reuniu com Carlos Araújo em sua casa, na zona sul de Porto Alegre. O motivo: uma conversa, organizada pela Frente Brasil Popular, entre dirigentes sindicais do passado e do presente sobre os rumos do país e para definir estratégias para tentar barrar o impeachment.

Nova e velha guarda sindical discutem estratégias para barrar agenda dos golpistas com Carlos Araújo

“A gente sabe que tem uma agenda por trás do golpe”, disse Nespolo na ocasião. Araújo destacou que “tudo é feito com base em 2018. Eles querem impedir o Lula de concorrer. Se o Lula morresse hoje, tava resolvido. E por quê? Por causa das políticas sociais que foram implementadas”.

Velório na Assembleia Legislativa

O corpo será velado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, no horário das 15h às 21h deste sábado. Depois será cremado em cerimônia restrita para familiares.

A CUT-RS manifesta profundos sentimentos de dor e solidariedade aos seus familiares, amigos e companheiros.

“O Brasil perde um combatente das lutas democráticas. Um líder e grande pessoa. Terna e afetiva. Nunca parou de trabalhar no seu escritório de advocacia trabalhista. Sua casa era frequentada por todos que queriam alguém para os ajudar a orientar na vida política”, destaca a diretora da CUT-RS e representante da Frente Brasil Popular, Vitalina Gonçalves.

“É um dia triste, que vai marcar de forma muito profunda a memória de quem tinha relações com Carlos Araújo”, destacou presidente regional do PDT, deputado Pompeo de Mattos, em entrevista para a Rádio Guaíba.

“(Araújo) era uma referência. Foi nosso candidato a prefeito em 1992. Um ativista, homem de articulação muito profunda, de conhecimento político muito relevante. Colocou em risco a sua própria vida para lutar contra a ditadura militar, ao lado da Dilma Rousseff”, lembrou Pompeo. “Tinha um convívio muito grande com o (ex-governador Leonel) Brizola. E Brizola o ouvia e o respeitava”.

 

Assista ao depoimento de Araújo exibido na série  ”Amor & Revolução” do SBT!