CUT realiza Conferência Livre de Mulheres no dia 5/8 em preparação à etapa nacional
Evento virtual prepara a participação das mulheres trabalhadoras da CUT na V Conferência Nacional de Mulheres. Conferências livres elegem delegadas e fortalecem a luta por democracia e igualdade de direitos
Publicado: 31 Julho, 2025 - 10h55 | Última modificação: 31 Julho, 2025 - 11h35
Escrito por: André Accarini

O Coletivo Nacional de Mulheres Trabalhadoras da CUT realiza, no próximo dia 5 de agosto, a Conferência Livre nacional com o tema “Sindicalismo Feminista em Defesa da Democracia”. O evento será virtual, com início às 18h pela plataforma Zoom, e reunirá representantes de ramos, estados e entidades filiadas da CUT como parte do processo preparatório para a V Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que ocorre entre 29 de setembro e 1º de outubro de 2025, em Brasília.
O link de participação e convite foi enviado às entidades filiadas por e-mail.
A atividade integra um amplo calendário de conferências livres, uma das formas previstas pelo regulamento da V Conferência Nacional para ampliar a participação da sociedade civil organizada. Realizadas entre 28 de abril e 15 de agosto de 2025, essas conferências podem ser autoconvocadas por entidades e movimentos sociais, e têm o poder de eleger diretamente delegadas para a etapa nacional.
É muito importante a participação das nossas mulheres na conferência livre da CUT. Vai ser um espaço de escuta e participação coletiva para levar as demandas das mulheres trabalhadoras do campo e da cidade para conferência nacional, sob a perspectiva cutista”, diz a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Amanda Corcino.
Ela reforça que a conferência livre da CUT debaterá “como o feminismo sindicalista e popular pode contribuir com a defesa da democracia e o direito das mulheres”, se referindo às principais demandas das mulheres hoje na sociedade e no mundo do trabalho.
"É a partir da nossa luta — a luta da CUT por igualdade de oportunidades e salarial, pelo fim da violência e do assédio no mundo do trabalho, pela valorização da política de cuidados, pelos direitos reprodutivos e, em especial, pela redução da jornada sem redução de salários e pela defesa incansável da democracia — que vamos, nesta conferência livre, pautar e definir a estratégia de atuação na etapa nacional, para que ela resulte em políticas públicas e legislações que protejam as mulheres", afirma a dirigente.
Todas as mulheres
De acordo com o Coletivo de Mulheres da CUT, essas iniciativas são estratégicas para garantir que os temas da classe trabalhadora, das mulheres negras, indígenas, quilombolas, com deficiência e de outras identidades e territórios estejam contemplados na construção de políticas públicas nacionais.
“As diretrizes da Conferência são o respeito à diversidade de gênero, raça, etnia, geração, deficiência, território e orientação sexual, com o compromisso central de superar as desigualdades históricas nos espaços de participação”, afirma nota do coletivo nacional.
A CUT considera fundamental mobilizar o maior número possível de mulheres trabalhadoras e lideranças femininas para garantir uma representação expressiva na etapa nacional. A entidade lembra que a última conferência nacional foi realizada em 2016, durante o governo Dilma Rousseff, e que sua realização foi barrada nos anos seguintes, durante o que chama de “governo fascista”, como forma de conter avanços em direitos e participação das mulheres.
Papel estratégico das conferências livres
Além de permitirem a eleição direta de delegadas, as conferências livres também servem como espaços de debate e construção coletiva de propostas que serão levadas à etapa nacional. As resoluções aprovadas nesses encontros servirão de subsídio para o relatório final da V Conferência Nacional, contribuindo com a formulação de políticas públicas e articulação junto ao Congresso Nacional e governos locais.
CUTs estaduais, ramos e sindicatos filiados têm promovido dezenas de conferências livres em todo o país, envolvendo diversas categorias profissionais e segmentos sociais. As iniciativas vêm garantindo a participação ativa de mulheres de diferentes realidades, como quilombolas e indígenas, além de reforçar o papel do movimento sindical na articulação política do evento.
“A nossa mobilização é fundamental neste momento para demonstrarmos nossa força, elegendo um número expressivo de delegadas que garantam avanços em nossa pauta”, destaca o coletivo.
V Conferência Nacional
A V Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres acontecerá entre 29 de setembro e 1º de outubro de 2025, em Brasília, com o tema “Mais direitos, participação e poder para as mulheres”. Organizada pelo Governo Federal, por meio do Ministério das Mulheres e do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), a conferência reunirá cerca de 3 mil participantes de todo o país.
O objetivo é avaliar planos de políticas públicas, fortalecer os conselhos de direitos, ampliar a presença feminina na política e formular propostas para a igualdade de gênero.
Participam delegadas eleitas nas etapas municipais, estaduais e livres, além de representantes de movimentos sociais, conselhos, gestoras públicas e sindicalistas.
As formas de ingresso incluem conferências:
- Municipais (convocadas pelos municípios),
- Estaduais e do DF (pelos governos locais),
- Livres (organizadas por entidades da sociedade civil, como a CUT).
Os materiais orientadores estão disponíveis na Plataforma Brasil Participativo. A Conferência Livre da CUT, em 5 de agosto, é parte dessa mobilização, reforçando o papel do sindicalismo feminista na defesa dos direitos das mulheres e da democracia.