CUT participa do 1º Encontro LGBTQIA+ das Bancárias e Bancários do Rio
Evento do Seeb-RJ no dia 22 debateu desafios no mercado de trabalho e ampliou articulação da categoria; no dia seguinte, CUT participou da 30ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ do Rio, em Copacabana
Publicado: 25 Novembro, 2025 - 13h43
Escrito por: Lilian Milena e André Accarini
A CUT participou, neste sábado (22), do 1º Encontro LGBTQIA+ das Bancárias e Bancários do Rio de Janeiro, organizado pelo Coletivo do Seeb-RJ, com apoio da Federa-RJ e presenças da Contraf-CUT e de representantes da Central. A CUT foi representada pelo secretário de Políticas LGBTQIA+, Walmir Siqueira, que ressaltou a importância do encontro como parte da política nacional de fortalecimento das pautas LGBTQIA+, incluindo a criação da secretaria dentro da CUT e o estímulo à formação de coletivos nos sindicatos.
Walmir destacou a dimensão histórica da atividade. Segundo ele, a realização do primeiro encontro acontece após anos de mobilização. “É sempre importante participar da construção da história. Esse movimento no sindicato existe há muitos anos e demorou quase duas décadas para conseguir realizar o primeiro encontro. Fiquei muito impressionado com a participação. Foi um sábado de sol, de manhã, e mais de 50 pessoas permaneceram no evento, que seguiu o dia inteiro”, afirmou.
Ele também ressaltou que, mesmo dentro do campo sindical e progressista, a implementação de políticas LGBTQIA+ exige persistência. “A gente sabe que não é simples implementar essas políticas, mesmo em ambientes de esquerda. Mas os bancários têm uma história muito forte na pauta LGBT, construída nacionalmente, e esse legado está sendo mantido”, avaliou.
Segundo Walmir, a atuação integrada no Rio tem fortalecido esse movimento. “O nosso coordenador no estado, que é bancário, junto com a federação, tem conseguido avançar nessa política, sempre em diálogo com movimentos sociais e com o movimento LGBT do estado”, disse.
Mercado de trabalho no centro do debate
A discussão central do encontro foi a relação entre direitos, inclusão e mercado de trabalho. Bianca Garbelini, secretária da Juventude da Contraf-CUT, militante lésbica e integrante do Coletivo Nacional LBTQIA+ da CUT, afirmou que, apesar de avanços nas políticas públicas e na visibilidade, a desigualdade permanece. “O mercado de trabalho brasileiro revela que ainda temos muito a avançar”, avaliou.
Adilson Barros, dirigente da Contraf-CUT e membro do Coletivo LGBTQIA+ do Seeb-RJ, afirmou que a realização do encontro reforça a diversidade da categoria. Para ele, o 1º Encontro LGBTQIA+ das Bancárias e dos Bancários do Rio “sinaliza, mais uma vez, que os trabalhadores são diversos e precisam de respeito e muita visibilidade”.
Ele explicou que o debate coletivo mostrou maturidade organizativa. “A troca entre as mesas reforçou que a construção coletiva e o apoio das entidades prevaleceram neste encontro”, disse. Para Adilson, debater mundo do trabalho e celebrar a existência LGBTQIA+ “é fundamental para impedir retrocessos e avançar em novos direitos”.
Representatividade ampla
O evento contou com presenças da Câmara Municipal do Rio, da Câmara dos Deputados, da Articulação Brasileira de Lésbicas (ABL), da ABGLT, de lideranças do PT, PSOL e integrantes do Rio Sem LGBTIfobia, considerado o maior programa público do país voltado à população LGBTQIA+.
O encontro foi realizado na Travessa do Sereno, na Pedra do Sal, território marcado pela resistência negra e pela afirmação de identidades.
Palestrantes presentes:
- Gael Oliveira, secretário municipal do Setorial LGBTQIAPN+ do PT carioca
- Walmir Siqueira, secretário de Políticas LGBTQIA+ da CUT
- Andrea Maia, Articulação Brasileira de Lésbicas (ABL)
- Mauro Luiz, psicólogo do Centro de Cidadania LGBTI+ Capital 1
- Mônica Benício, vereadora do PSOL Rio
- Leonel de Esquerda, vereador do PT Rio
Também enviaram saudações em vídeo o deputado federal Reimont (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, e Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ.
CUT na 30ª Parada do Orgulho LGBTIA+ Rio
No domingo (23), a CUT participou da 30ª edição da Parada do Orgulho LGBTIA+ Rio, realizada na orla de Copacabana. A marcha celebrou três décadas de luta e conquistas, recuperando o percurso histórico desde os anos 1990 até avanços recentes, como o reconhecimento da união civil entre pessoas do mesmo sexo e a retificação de nome e gênero.
A Parada deste ano reuniu 15 trios elétricos, mais de 100 atrações e intensa participação popular. A Prefeitura do Rio mobilizou mais de 800 agentes públicos em operação especial que envolveu ações de saúde, segurança, ordenamento urbano, mobilidade e serviços de prevenção — incluindo testagem, vacinação, distribuição de preservativos e atendimento em saúde sexual.
Walmir relatou a importância da presença articulada do movimento sindical no evento. Segundo ele, a participação da CUT e de seus coletivos ocorreu de forma organizada e reconhecida. “Tivemos um espaço no carro da prevenção e fomos citados na abertura da parada e em uma coletiva que reuniu mais de 200 pessoas da imprensa. Foi dado destaque para a gente”, explicou.
Ele lembrou o envolvimento de movimentos sociais e coletivos do estado que compuseram o bloco em que a CUT estava inserida. “Foi uma parada grande e ficamos cerca de quatro horas no trajeto. Foi uma participação muito importante, com muita receptividade”, avaliou.
