CUT-MS faz ato em solidariedade a bancários...
Dirigentes protestaram nesta quinta-feira (26), em Campo Grande, contra interdito proibitório do Banco do Brasil contra Sindicato dos Bancários. Sindicalistas sofreram com truculência
Publicado: 26 Setembro, 2013 - 14h47
Escrito por: Andrei Cercarioli e Sérgio Souza Júnior - CUT-MS
A CUT-MS (Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul) repudia a atitude do Banco do Brasil, em forçar interdito proibitório contra o Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região, instrumento jurídico por meio do qual os bancos tentam forçar os bancários a voltar ao trabalho, desrespeitando o legítimo direito de manifestação dos trabalhadores.
Em repúdio ao interdito proibitório, dirigentes da CUT-MS, protestaram nesta quinta-feira (26) em frente ao Banco do Brasil da avenida Afonso Pena com a rua 13 de Junho, em Campo Grande -MS. Durante o protesto, superintendentes e gerentes chamaram a Polícia Militar, para que os dirigentes se retirassem de dentro das dependências do banco. Intransigência, truculência, falta de respeito com funcionários e sindicalistas, essas são as palavras para expressar a postura do Banco do Brasil diante das reivindicações dos bancários.
O protesto simbólico enterrou as pretensões do Banco de querer intimidar o sindicato e os trabalhadores que estão em greve, fazendo valer assim, o direito ao protesto pacífico, contra a sanha do lucro pelo lucro dos bancos.
Para Genilson Duarte, presidente da CUT-MS, ato de hoje teve como objetivo “prestar solidariedade aos trabalhadores, após o interdito proibitório acionado pelo Banco do Brasil. Devido ao impedimento do sindicato, a CUT vem cumprir seu papel na luta, estamos aqui para defender a pauta dos trabalhadores bancários, que buscam melhores condições de trabalho, melhores salários, pela humanização dos bancos, sobretudo no atendimento à população e pela derrubada da PL 4330 das terceirizações”.
A Construção Civil marcou presença mais uma vez na greve, o presidente do SINTRACOM, José Abelha Neto, comentou. “Realizamos hoje um enterro simbólico, contra o uso da força judicial deste Banco que diz que é do Brasil, mas impede os trabalhadores exerçam seu direito de greve, enquanto isso, lá cima do prédio, tem muita gente que estão lá em cima do prédio, trabalhando, com seu direito lesado pelo assédio do capitalismo”.
A greve é um direito previsto na Constituição, ao quais os trabalhadores estão recorrendo depois de um mês e meio de negociações sem avanços. O Banco do Brasil sozinho, lucra bilhões por semestre, graças ao trabalho dos seus funcionários.
O Banco do Brasil vem coagindo e ameaçando os funcionários desde o início da greve. Caso algum bancário aderir à greve o BB remarcará ou cancelará férias e serão descomissionados.
O SEEB-CGMS está recebendo várias denúncias de que os superintendentes e gerentes estão pressionando funcionários do Banco do Brasil a trabalhar.
Orientação
A direção do Sindicato orienta os trabalhadores a manter a greve e seguir instruções divulgadas no site (www.sindicario.com.br) e no Facebook (Sindicato Dos Bancários Cg-ms) do Sindicato. O bancário(a) que se sentir ameaçado ou assediado, deve entrar em contato com o departamento jurídico, para entrarmos com ação de assédio moral e também por ameaça.
Mesmo depois da greve estes casos serão analisados. Garantimos que os nomes dos bancários, denunciante e denunciado, serão preservados.
A Greve
Os bancários, em greve nacional há sete dias, continuam ampliando e intensificando a paralisação da categoria em todo o país. Nesta quarta-feira (25),10.024 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados foram paralisados nos 26 estados e no Distrito Federal. Trabalhadores de setores estratégicos também aderiram à greve, com destaque para a paralisação de call centers. São mais de 9 (nove) mil agências paralisadas no país.
O que é interdito proibitório
O interdito é uma ação jurídica relacionada a situações nas quais o direito de posse ou de propriedade está sendo ameaçado. O que não se aplica à greve, que se constitui apenas e tão somente na luta por uma proposta que melhore as condições de trabalho de uma categoria.
Além disso, a chegada de um oficial de Justiça com o interdito não significa que os bancários têm de retomar suas atividades, pois quem define a continuidade ou não de uma greve é a assembleia dos trabalhadores. Os bancários devem estar conscientes de seu papel no movimento, dizer não à pressão e prosseguir a paralisação mesmo com a chegada do interdito.