CUT-MG, Sindicato dos Metalúrgicos e...
Empresa de Pouso Alegre impõe comissão de PLR e convoca assembleias para pressionar trabalhadores a aceitar valor inferior ao de 2011
Publicado: 10 Setembro, 2012 - 10h40
Escrito por: Rogério Hilário/CUT-MG

A Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG), o Sindicato dos Metalúrgicos de Pouso Alegre e Região (Sindmetpa) e a Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-MG/CUT) denunciam as práticas antissindicais da Usiminas. A empresa, que fabrica autopeças em Pouso Alegre, convocou e realizou assembleias para pressionar trabalhadores e trabalhadoras a aceitar a proposta de participação nos lucros e resultados patronal e impôs a composição da comissão que negocia a PLR.
Além disso, a Usiminas não enviou representante para audiência de mediação realizada na tarde desta quinta-feira (6), na Superintendência Regional de Trabalho e Emprego (SRTE-MG), em Belo Horizonte. A presidenta da CUT-MG, Beatriz Cerqueira, o vice-presidente da Central no Estado, Carlos Magno de Freitas, e o secretário-geral da FEM-MG/CUT, Wilton Gonçalves Lima, foram à audiência dar apoio ao Sindmetpa. Nova audiência foi agendada para o dia 14, às 10h, na SRTE-MG.
Os metalúrgicos da Usiminas, organizados pelo Sindmetpa, realizaram paralisação de duas horas na terça-feira (4) em protesto contra a demora da empresa em apresentar uma contraproposta de PLR. A primeira proposta, de 1,3 salário nominal, foi rejeitada por unanimidade pela categoria, que aprovou indicativo de greve no dia 24 de agosto último. Os metalúrgicos reivindicam 2,2 salários, 90% de antecipação no salário nominal, a primeira parcela de no mínimo R$ 1.300 e que a PLR não seja inferior a R$ 2.665. O Sindicato solicitou à SRTE-MG uma audiência de mediação para tentar uma solução para o impasse sobre a PLR com a Usiminas.
“A CUT está acompanhando as categorias nas negociações e assumiu o compromisso de denunciar as práticas antissindicais da Usiminas, na tentativa de questionar a legitimidade de um Sindicato filiado à Central. A Usiminas fez um movimento paralelo, convocando e realizando uma assembleia dentro da fábrica. A CUT vai dar todo o apoio ao movimento dos trabalhadores e trabalhadoras da Usiminas”, protestou Beatriz Cerqueira.
“Precisamos criar mecanismos para que a empresa não continue lançando mão de práticas antissindicais com relação à PLR. O Sindicato dos Metalúrgicos vai manter a mobilização. Uma paralisação já aconteceu e a categoria não descarta uma greve”, disse o vice-presidente da CUT-MG, Carlos Magno de Freitas.
Wilton Rodrigues Lima, secretário-geral da FEM-MG/CUT, assegurou Federação está dando todo o suporte no aspecto de mobilização, político e jurídico ao Sindmetpa e acompanhando as negociações da PLR dos trabalhadores e trabalhadoras da Usiminas. “A empresa está descumprindo a legislação, a lei 10.101, impondo um modelo de comissão que exclui os trabalhadores que têm estabilidade. E ofereceu um valor de PLR inferior ao de 2011. A Usiminas convocou assembleias, assumindo ilegalmente o papel de representação sindical, para coagir a categoria a aceitar a proposta de PLR”, afirmou Wilton Rodrigues.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Pouso Alegre e Região, Adelson Medeiros, o Xororó, a negociação da PLR começou em agosto. “Os trabalhadores e trabalhadoras paralisaram as atividades por duas horas na terça-feira para pressionar a empresa a apresentar nova proposta de PLR. O que a Usiminas ofereceu foi rejeitado por unanimidade em agosto. Na terça-feira, a empresa convocou duas assembleias e tentou intimidar os trabalhadores. A pressão sobre a categoria tem sido grande. As ameaças de demissão são constantes”, revelou Xororó. A Usiminas tem 1.365 trabalhadores e trabalhadoras diretos na sua unidade de Pouso Alegre.