CUT e DGB Bildungswerk lançam série de vídeos sobre a luta dos trabalhadores rurais

Projeto internacional

A Central Única dos Trabalhadores (CUT), em parceria com a DGB Bildungswerk, lançou a trilogia “O Campo que Luta, Produz Alimento e Vida”. A iniciativa integra o Projeto Formação de Formadores e Formadoras “Educação, Organização e Ação para as Novas Estruturas de Trabalho no Brasil” (2024-2026).

A obra busca ampliar o protagonismo de jovens, mulheres, negros, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência na estrutura sindical. Também pretende reforçar a participação dos trabalhadores informais em negociações coletivas e mobilizações em todo o País.

Resgate histórico

A série documental destaca o papel dos trabalhadores do campo na construção da CUT e na história do sindicalismo brasileiro. Apesar da vasta produção sobre o movimento sindical, a presença dos rurais ainda recebe pouca atenção.

“Há muitas produções sobre o sindicalismo, mas faltava um recorte específico sobre a organização dos camponeses e sua contribuição para a CUT. Essa trilogia busca preencher essa lacuna”, afirma Rosane Bertotti, secretária nacional de Formação da CUT.

Produção coletiva

Os vídeos foram realizados pela Fórum Filmes, com texto e edição do jornalista Luiz Carlos Azenha, vencedor de prêmios nacionais. A obra foi construída em conjunto com dirigentes do setor rural da CUT, que representam 30% da base da Central.

O objetivo, segundo os organizadores, é valorizar a trajetória de luta dos trabalhadores do campo, reconhecer suas conquistas e refletir sobre os desafios atuais.

Os três episódios

A trilogia apresenta momentos distintos da história:

1. Raízes da Luta – revela a exclusão social dos camponeses, as revoltas populares no campo e as origens do sindicalismo rural.
2. Organização, Resistência e Ação Decisiva – mostra como trabalhadores rurais enfrentaram ditaduras, criaram sindicatos, impulsionaram a CUT e ampliaram a luta por direitos.
3. Presente e Futuro: a Luta Continua – discute reforma agrária, agroecologia, segurança alimentar e transição justa, ressaltando o papel da agricultura familiar e dos sindicatos.

Educação e memória

Para Flávia Silva, diretora do Escritório da DGB BW para a América Latina, a produção nasceu de uma demanda dos próprios trabalhadores. Ela recorda a frase da escritora Bell Hooks: “Sem memória, não há liberdade. Conhecer a nossa história é um ato de resistência.”

“Os participantes sentiram falta desse conhecimento. Esse material já os coloca mais próximos da liberdade. A DGB BW se orgulha de apoiar esse processo e fortalecer a formação CUTista. Que a história contada seja alimento e vida para o campo que luta”, afirma.

Ferramenta pedagógica

Além dos vídeos, o projeto oferece roteiro de atividades, rodas de conversa, linha do tempo histórica e fichas de apoio. O material pode ser utilizado em cursos sindicais, encontros de juventude e mulheres rurais, reuniões de base, escolas do campo e processos de formação continuada.

Mais que registro

A trilogia funciona como instrumento de memória, ensino e mobilização. Para a CUT, conhecer essa trajetória é reconhecer a importância da agricultura familiar e do sindicalismo rural para a democracia, a justiça social e a construção de um Brasil sustentável.

Para assistir e divulgar clique aqui.