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CUT debaterá transição justa e financiamento climático na Rio Climate Week

No dia 27/8, evento “Quem deve a quem - Diálogos para uma Transição Justa” discutirá reparação histórica e desafios do financiamento climático público, com ênfase no mundo do trabalho e desigualdades sociais

Publicado: 18 Agosto, 2025 - 19h37 | Última modificação: 20 Agosto, 2025 - 09h46

Escrito por: André Accarini

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Entre os dias 23 e 29 de agosto de 2025, o Rio de Janeiro será palco da Rio Climate Action Week (RCAW), encontro internacional parte de uma série de iniciativas preparatórias para a COP30, prevista para novembro, em Belém do Pará. Inspirada na London Climate Action Week, a RCAW busca mobilizar governos, setor privado, academia, sociedade civil e mídia em torno de soluções para a crise climática, articulando compromissos que conectem os resultados da COP29 com a agenda da COP30.

Durante o evento, a CUT estará reunida com parceiros estratégicos para corealizar, no dia 27 de agosto, das 14h às 18h, no BRICS Policy Center, no Rio de Janeiro, o evento “Quem deve a quem? Diálogos para uma Transição Justa”, que contará com participação gratuita, presencial e transmissão ao vivo.

A iniciativa é organizada pelo Grupo de Trabalho (GT) Clima e Meio Ambiente da REBRIP – Rede Brasileira pela Integração dos Povos, em parceria com o ActionAid, a CUT e o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), organização que se dedica à pesquisa e análise de políticas públicas, com foco em questões socioeconômicas e ambientais.

Financiamento climático: quem paga a conta?

O eixo central do debate será a urgência do financiamento climático público como condição para uma transição justa, feminista e antirracista. A proposta é questionar a lógica vigente, na qual os países em desenvolvimento, embora menos responsáveis historicamente pela emissão de gases de efeito estufa, sofrem os impactos mais severos da crise climática, sem acesso justo e eficaz aos recursos prometidos nas negociações internacionais.

Na primeira mesa, intitulada “Como fechar a conta? Dilemas do financiamento climático”, a análise será sobre os mecanismos atuais de financiamento, muitas vezes burocráticos, inacessíveis e insuficientes para atender às demandas do Sul Global.

A mesa terá como debateores:

  • Carolina Alves (Inesc) — Assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), formada em Relações Internacionais e mestre em Ciência Política, com experiência em políticas socioambientais e climáticas.
  • Maureen Santos (FASE / BRICS Policy Center) — Cientista política, ecologista, professora da PUC-Rio e referência nos debates sobre meio ambiente, economia e política internacional.

Mediação:

  • Priscilla Papagiannis (REBRIP) — Coordenadora do Grupo de Trabalho de Clima da Rede Brasileira Pela Integração dos Povos (REBRIP). É pesquisadora na área há mais de quatro anos, com mestrado e doutorado em Ciências Sociais pela UFRRJ.

Reparação histórica e mundo do trabalho

A segunda mnesa, “Reparação histórica e proteção social para uma transição justa”, discutirá como a crise climática amplia desigualdades, afeta direitos trabalhistas e impacta com maior intensidade grupos historicamente marginalizados, como mulheres, negros, indígenas, comunidades tradicionais e populações periféricas. A proposta é destacar que não há transição justa sem trabalho decente e proteção social.

Participam da mesa:

  • Maryellen Crisóstomo (CONAQ / ActionAid) — Jornalista, mestre em Letras, integrante do coletivo de mulheres da CONAQ (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas) e ativista contra o racismo ambiental. É quilombola do Tocantins e atua pela valorização dos territórios e da cultura quilombola.
  • Antonio Lisboa (CSI / OIT / CUT) —  Secretário de Relações Internacionais da CUT, vice-presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), membro do Conselho de Administração da Organização Internacional do Trabalho (OIT), professor e dirigente histórico da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Representa a CUT nos fóruns internacionais de justiça social e transição justa.

Mediação:

  • Marcele Oliveira (Jovem Campeã Climática) — Produtora cultural, ativista do programa Jovens Negociadores pelo Clima. É uma liderança do ativismo climático na periferia do Rio de Janeiro, com atuação na criação do Parque Realengo Susana Naspolini.

Rio Climate Week como espaço de convergência

A RCAW busca ser um espaço de convergência multissetorial. Entre seus objetivos estão:

  • consolidar compromissos que orientem as negociações da COP30;
  • articular ciência, sociedade e política em torno de soluções urgentes;
  • estimular a colaboração regional e global;
  • dar protagonismo à sociedade civil e às comunidades mais impactadas pela crise.

Embora a abertura da RCAW seja restrita a convidados, diversas atividades, como o debate “Quem deve a quem?”, terão transmissão ao vivo, ampliando a participação social e permitindo que organizações, movimentos e cidadãos acompanhem os debates e se engajem nas mobilizações rumo à COP30.