Custo da cesta básica diminui em 15 das 27 capitais brasileiras em julho
Café, açúcar, arroz e feijão foram os produtos que caíram de preço na maior parte das cidades, A Pesquisa é do Dieese que começou a ser feita em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Publicado: 20 Agosto, 2025 - 14h41 | Última modificação: 20 Agosto, 2025 - 15h09
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha
Os preços dos alimentos em geral caíram em 15 capitais do país e subiram em outras 12, entre junho de 2025 e julho de 2025, mostra pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e, divulgada nesta quarta-feira (20). O levantamento mensal passa a incluir 10 estados que estavam fora do monitoramento realizado há quase 70 anos.
Produtos
O preço do quilo do arroz caiu em quase todas as cidades pesquisadas: 26. O feijão, vem em seguida com menores preços em 24 capitais. O preço do açúcar caiu em 22 cidades; o valor do quilo do café em pó caiu em 21. Já a carne bovina de primeira teve variação de preços: houve aumento em 11 capitais e foram registradas quedas em outros 16 municípios. O quilo da batata, coletado na região Centro-Sul, diminuiu em todas as 11 cidades.
Índices e valores
Entre junho e julho de 2025, as quedas mais importantes dos alimentos que compõem a cesta básica ocorreram em Florianópolis (-2,64%), Curitiba (-2,40%), Rio de Janeiro (-2,33) e Campo Grande (-2,18%). Já as maiores altas ocorreram em capitais do Nordeste, a saber: Recife (2,80%), Maceió (2,09%), Aracaju (2,02%), João Pessoa (1,86%), Salvador (1,80%), Natal (1,44%) e São Luís (1,40%).
São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 865,90), seguida por Florianópolis (R$ 844,89), Porto Alegre (R$ 830,41), Rio de Janeiro (R$ 823,59) e Cuiabá (R$ 813,48). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 568,52), Maceió (R$ 621,74), Salvador (R$ 635,08) e Porto Velho (R$ 636,69).
Salário mínimo necessário
Com base na cesta mais cara, que, em julho, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em julho de 2025, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.274,43 ou 4,79 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.518,00. Em junho, o valor necessário era de R$ 7.416,07 e correspondeu a 4,89 vezes o piso mínimo. Em julho de 2024, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.802,88 ou 4,82 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.412,00.
A pesquisa completa pode ser lida aqui.
A parceria Dieese/ Conab
Em 2024, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) firmaram parceria para acompanhamento dos preços da cesta básica de alimentos, como contribuição à Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e à Política Nacional de Abastecimento Alimentar. Um dos frutos da parceria é a ampliação da coleta de preços de alimentos básicos de 17 para 27 capitais brasileiras. A Pesquisa nas 10 novas cidades é realizada desde abril de 2025. Os primeiros resultados serão divulgados agora e referem-se a julho.
O lançamento oficial da parceria foi realizado na manhã desta quarta-feira, em Brasília. Participam da solenidade o ministro de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira; as secretárias Extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome, e Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Luiza Trabuco e Lilian Rahal; o presidente da Conab, Edegar Pretto; o diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia, Silvio Porto; a diretora técnica do Dieese, Adriana Marcolino; a conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), representando a presidência do Consea, Inês Rugani; e a coordenadora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto de Defesa de Consumidores (IDEC) e conselheira do Consea, Laís Amaral.