CPI da Covid vai sugerir indiciamento de Bolsonaro por charlatanismo e curandeirismo
Depoimento de fabricante de ivermectina deixou claro os crimes que foram cometidos, avalia Renan Calheiros
Publicado: 11 Agosto, 2021 - 16h21 | Última modificação: 11 Agosto, 2021 - 17h46
Escrito por: Redação CUT

O presidente da Covid-19, senador Omar Aziz (PSD-AM), o vice-presidente, Randolfe Rodrigues, e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL) decidiram nesta quarta-feira (11) que vão sugerir o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) pelos crimes de curandeirismo, charlatanismo, de epidemia e de publicidade enganosa, entre outros. A pena para esses crimes pode ser superior a 18 anos de prisão, de acordo com a coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
De acordo com Renan Calheiros, a decisão foi tomada depois do depoimento do diretor da farmacêutica Vitamedic, Jailton Barbosa, em que ficou claro que a empresa patrocinou a publicidade do tratamento precoce e do kit covid, que incluía a ivermectina, usado no tratamento de piolho e sarna, como se ele tivesse efeito contra a Covid-19.
A mentira foi espalhada principalmente por Bolsonaro. De acordo com a colunista, a equipe de Renan Calheiros selecionou sete vídeos em que o presidente aparece falando bem do medicamento, em lives, discursos ou em conversas com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada.
Os senadores vão enquadrar também as fabricantes de ivermectina que, como a Vitamedic multiplicaram as suas vendas durante a pandemia.
Em seu depoimento, Jailton Barbosa reconheceu que a desenvolvedora do medicamento, a americana Merck, publicou estudo no qual atesta que a ivermectina é ineficaz para o tratamento da Covid-19.