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Cpers/Sindicato questiona provas do Saers, realizadas após desmonte da educação

Publicado: 27 Novembro, 2007 - 08h55

O CPERS/Sindicato tem questionado sistematicamente o Sistema de Avaliação da Educação do Rio Grande do Sul (SAERS). Questiona, sobretudo, às razões de se realizar uma avaliação para alunos de 2ª e 5ª séries do ensino fundamental e 1º ano do ensino médio depois de o Governo Yeda ter promovido o desmonte das escolas estaduais com a enturmação, a multisseriação, o fechamento de bibliotecas e de laboratórios de ciências e de informática e a suspensão de serviços de orientação educacional e de supervisão pedagógica.

Que interesses que estão por trás da avaliação promovida pela Secretaria da Educação? "Estamos vendo uma orquestração do governo que pretende ter como resultado a privatização da Educação. Já temos 25 escolas da região metropolitana entregues para a Fundação Unibanco, todas escolas referências nos seus municípios. O governo estadual também vem falando em premiação monetária por desempenho de escolas e de educadores. Sabemos que a realidade sócio-econômica estrutural e regional é muito diversa e que isto repercute na educação. Avaliar para gerar competição entre escolas e premiar quem está bem em detrimento das escolas e regiões que têm problemas é um equivoco. E trazer para a educação as leis do mercado", avalia a presidente do CPERS/Sindicato Simone Goldschmidt.

Mas é justamente este o rumo que o Governo Yeda escolheu, com assessoria do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG), de Minas Gerais - empresa contratada pelo Estado para "acertar as contas públicas", e que defende a meritocracia e a privatização dos serviços públicos.

Desde que assumiu a Secretaria da Educação, Mariza Abreu adotou a perigosa estratégia de desqualificar o CPERS/Sindicato enquanto representante da categoria. Recentemente o sindicato encerrou uma caravana que percorreu todas as regiões do estado, período em que foi possível perceber que os trabalhadores em educação estão muito preocupados com os resultados do SAERS. Principalmente, com a utilização destes resultados. Pressionados, os professores acabam aceitando os "argumentos" do governo, mas nem por isso deixam de questionar. Por exemplo: Por que contratar uma universidade de fora, no caso a Universidade Federal de Juiz de Fora, para a aplicação das prova? Será que o montante gasto com essa contratação não seria mais bem aplicado na recuperação da infra-estrutura das nossas escolas e na retomada de serviços desativados pela Secretaria da Educação.

A governadora acaba de encaminhar à Assembléia dois projetos pedindo a recontratação emergencial de 11140 professores e de 1000 funcionários de escola por mais um ano. Em setembro, ela não revalidou o último concurso de professores. Certamente os recursos gastos com as provas do SAERS trariam melhores resultados se fossem aplicados na realização de concurso público.