Conselho da Comunidade de Curitiba quer inspecionar carceragens da PF
Entidade formada por representantes da sociedade civil se reuniu com superintendente da PF para saber das condições do ex-presidente, que por sua liderança política e social exige atenção
Publicado: 11 Abril, 2018 - 09h46
Escrito por: Claudia Motta , da RBA

O Conselho da Comunidade de Curitiba encaminhou nesta terça-feira (10) pedido de vistoria às carceragens da Superintendência da Polícia Federal, no bairro Santa Cândida, na capital paranaense. O órgão apontou preocupações levantadas nos últimos dias com a integridade física do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Houve de hostilidades a manifestantes apoiadores de Lula por parte de pessoas com acesso ao prédio a áudios de agentes do Estado com ameaças ao petista. "Há preocupação quanto a sua segurança em virtude do cargo político ocupado e da liderança na sociedade civil", diz a direção do conselho.
A presidente do órgão, Isabel Kugler Mendes, e a coordenadora administrativa Elisabete Subtil de Oliveira ficaram cerca de uma hora reunidos com o diretor executivo da superintendência. “Eles têm consciência da condição de que é uma pessoa especial, sabem que há uma diferença muito grande no tratamento que deve ser dispensado a ele”, afirmou a presidenta do conselho, Isabel Kugler Mendes. Ela relatou ter se reunido por cerca de uma uma hora com o superintendente da Polícia Federal do Paraná, Maurício Leite Valeixo.
Isabel conta que conheceu Lula quando ainda era presidente. "Ele é uma pessoa que respeito, por quem tenho admiração, é muito inteligente. O conselho, que é representado por integrantes da sociedade civil, lembrou às autoridades de Curitiba suas funções primordiais", disse.
Entre essas atividades, visitar estabelecimentos penais, entrevistar presos, pleitear recursos materiais e humanos para melhorar a assistência ao preso, fomentar a criação de programas de atendimento e a participação da comunidade na execução penal.
Nos últimos dias, em decorrência do mandado de prisão expedido contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o conselho recebeu diversas solicitações de órgãos e entidades sobre as condições de cárcere submetidas ao líder político. "Desta maneira, no uso de suas atribuições legais, com especial fundamento na participação cidadã da nossa Carta Magna, requer acesso à sala de Estado Maior reservada ao ex-presidente e às dependências da carceragem da Polícia Federal (PF), onde se encontram os demais custodiados", diz o ofício da entidade. O conselho já vinha realizando inspeções mensais ao Complexo Médico Penal, em Pinhais, onde estão detidos outros 14 presos da Operação Lava Jato.
A visita pode ser autorizada, caso Lula queira, explicou Isabel. “Eles ficaram de estudar com atenção nosso pedido de vistoria, que faz parte do nosso trabalho, é uma constante. Mas para ele receber alguém, ele tem de querer.”
Quarta-feira é o único dia de visita geral, familiar. Isabel afirma que, de acordo com a PF, Lula ainda não teria esboçado a intenção de ver ninguém.
“Informaram que ele está tranquilo, calmo. Tem lido muito e tem direito a assistir TV. Mantém contato com seu advogado, o doutor Zanin, que o vê todos os dias e passa a ele o que chega.”