Greve dos Bancários: Comando quer abono dos dias parados
Assembleias serão realizadas nesta quinta-feira(06)
Publicado: 05 Outubro, 2016 - 10h18 | Última modificação: 06 Outubro, 2016 - 02h10
Escrito por: Contraf-CUT

O Comando Nacional dos Bancários se reuniu com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) nesta quarta-feira. A nova proposta apresentada pelos bancos é de reajuste para 2016 de 8% + abono de R$ 3,5 mil, reajuste de 15% no vale alimentação; 10% no vale refeição; 10% no auxílio creche-babá. a negociação incluiu licença paternidade de 20 dias; centro de realocação e requalificação para preservação do emprego; e para 2017, um reajuste com base no INPC + 1% de aumento real nos salários e em todas as verbas.
Sobre os dias parados, os bancos exigiram que todos os dias deverão ser compensados, sem prazo limite. Após um impasse sobre esse ponto, o Comando Nacional dos Bancários arrancou abono total dos dias parados. No entanto, a Fenaban diz que a proposta de abono só valerá até as assembleias desta quinta-feira (6). Seguem também as negociações com Banco do Brasil, Caixa e BNB.
A greve
Os bancários completam, nesta quinta-feira, o 31º dia da greve nacional. Na quarta-feira, a greve igualou a marca da campanha de 2004, primeiro ano da mesa de negociações unificadas entre bancos públicos e privados e recorde nesse novo modelo. A greve mais longa da categoria na história foi em 1951, com 69 dias de paralisação.
Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, comemorou a força da mobilização, mesmo diante da repressão dos banqueiros. “Em algumas regiões os bancos colocaram a polícia para pressionar e obrigar os bancários a trabalhar. Tem bancos produzindo documentos com ameaças e informações falsas. Isso é mentira e a categoria está ciente. Só a luta te garante!”
Mais de uma centena de sindicatos realizaram assembleias organizativas e decidiram fortalecer a greve, a unidade e a mobilização da categoria. Várias propostas criativas de ampliação e de diálogo com as comunidades foram apontadas, já que os clientes, os usuários e a população estão sofrendo muito com a greve esticada pelos banqueiros.
Para Roberto von der Osten, nenhum setor da economia fica tanto tempo em greve sem atender minimamente o reajuste dos seus trabalhadores pela inflação. Seria até compreensível se fosse um setor com prejuízos. "Mas, como os bancos vão explicar isso para os seus clientes e para a população. Seus lucros são recordistas. Porque querem achatar os salários de seus empregados? De onde vem esta orientação? Do FMI? Do ajuste fiscal? De onde?”, indagou.