Com reivindicações atendidas, rurais voltam ao trabalho na Usina Zanin, em Araraquara-SP
Publicado: 29 Julho, 2008 - 16h25
Os cerca de 500 empregados rurais canavieiros da Usina Zanin em Araraquara voltaram ao trabalho na lavoura, depois de três dias de greve por melhores salários e condições de trabalho. Eles conseguiram parte das reivindicações, porém, consideraram avanço. O reajuste salarial concedido em maio em 7% agora chegou aos 10% e elevou o salário normativo (piso) de R$ 535,00 para R$ 550,00 (340 e 349 dólares respectivamente).
Também os preços da cana, para fins de cálculo de colheita por produção tiveram significativo aumento. O metro linear da cana em pé, passou de R$ 0,15 para R$ 0,30 centavos (0,09 e 0,20 centavos de dólares respectivamente) Já a tonelada foi dos R$ 3,13 para R$ 3,21 (2 e 2,03 dólares respectivamente) e a cana que apresenta maior dificuldade para o corte, conhecida como "rolo", foi de R$ 3,17 para R$ 3,51 (2,01 e 2,23 dólares respectivamente).
A empresa ainda concordou com a formação de comissão de trabalhadores -um por turma- para a participação na comissão de negociação que referendará o acordo mencionado, bem como a estabilidade no emprego de seus membros até o final deste ano (quando vence o contrato), além de pagar as diárias nos dias de paralisação.
Um acordo entre a empresa e os trabalhadores foi estabelecido no sentido de apenas descontar 12 horas de paralisação, sendo que essas serão parceladas, ou seja, 4 horas em agosto, 4 em setembro e 3 em outubro. "Consideramos o acordo razoável, pois, conseguimos parte das reivindicações que também incluíam a redução de jornada para 40 horas semanais, mas, esse objetivo continuará a ser perseguido em negociações futuras", disse Claudinei Cananéia Ramos, presidente do Sindicato dos Empregados Rurais Assalariados em Gavião Peixoto.
Conforme ainda disse o sindicalista, "a greve envolveu trabalhadores de toda a região de Araraquara, com destaque para as turmas de Gavião e Boa Esperança do Sul, onde o movimento se iniciou e que chegou ficar tenso com a presença da polícia. Porém, com a presença dos diretores dos sindicatos e da Federação dos Empregados Rurais Assalariados no Estado de São Paulo, FERAESP, a empresa pediu a retirada da força policial e veio à mesa de negociação".
O movimento dos trabalhadores na Usina Zanin, em passado recente, conseguiu que fosse suspenso o sistema de trabalho conhecido como 5 por 1 (cinco dias de trabalho por um de descanso), que causava enormes prejuízos -especialmente emocionais- aos trabalhadores porque a folga caia em qualquer dia da semana, quando esposa e filhos dos cortadores de cana não se encontravam em casa, por conta do trabalho e escola. A folga agora é nos domingos, porém, os trabalhadores querem acrescentar também os sábados.
"A vida do trabalhador é trabalhar e lutar para conquistar ou manter os seus direitos e, nós, seus representantes sindicais para apoiar essa luta e encaminhar suas reivindicações", finalizou Ramos.