Com política de valorização defendida pela CUT, salário mínimo vai subir 7,44%
O Projeto da Lei Orçamentária de 2026, enviado pelo governo federal ao Congresso Nacional na noite de sexta-feira (29), prevê salário mínimo de R$ 1.631
Publicado: 01 Setembro, 2025 - 14h08 | Última modificação: 01 Setembro, 2025 - 14h16
Escrito por: Redação CUT

O valor do salário mínimo em 2026 será de R$ 1.631- um aumento de 7,44% em relação ao deste ano que é de R$ 1.518 (+ R$ 113,00). O reajuste é 2,5% acima da inflação oficial do país, de acordo com o Projeto da Lei Orçamentária de 2026, enviado na noite de sexta-feira (29) ao Congresso Nacional.
O valor representa aumento nominal de 7,44% em relação ao salário mínimo de R$ 1.518 em 2025. Pela regra atual o salário mínimo subirá o equivalente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado em 12 meses até novembro de 2025, 4,78%, mais o crescimento de 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) de 2024, o que daria valorização de 8,18%. No entanto, há um limite de crescimento de 2,5% acima da inflação, que reduz o reajuste para 7,44%.
O valor final do salário mínimo em 2026 pode ficar ainda maior, caso o INPC até novembro suba mais que o esperado. Com base na inflação acumulada entre dezembro de 2024 e novembro de 2025, o governo enviará uma mensagem modificativa ao Congresso no início de dezembro.
Política de Valorização do SM – conquista da CUT e das demais centrais
O reajuste acima da inflação foi conquistado graças à Política de Valorização do Salário Mínimo, uma das lutas da CUT e das demais centrais sindicais.
Essa política teve início no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2004. Naquele ano, as centrais sindicais lançaram a Campanha pela Valorização do Salário Mínimo. Foram realizadas três marchas conjuntas em Brasília com o objetivo de pressionar e, ao mesmo tempo, fortalecer a opinião dos poderes Executivo e Legislativo sobre a importância social e econômica da proposta de valorização do salário mínimo. Também como resultado dessas negociações, foi acordado, em 2007, uma política permanente de valorização do salário mínimo.
Após o golpe contra a presidenta Dilma, em 2016, a política foi interrompida por Michel Temer (MDB). Durante os quatro anos de desgoverno Bolsonaro (PL), a política também foi enterrada de vez, já que a lei que permitia o reajuste acima da inflação até 2019. Entre 2017 e 2022, o salário mínimo deixou de receber aumento real cinco vezes.
Foi preciso a volta de um governo democrático e popular, apoiado pela CUT, para que o reajuste acima da inflação voltasse a ser uma realidade, se tornando uma política de Estado e não de governo, em 28 de agosto de 2023. Isso significa que nenhum presidente, após Lula, poderá voltar nesta decisão, a não ser que o Congresso Nacional vote por uma nova lei revendo a atual.
Com informações da Agência Brasil