A Alta Comissária da ONU para o tema, Michelle Bachelet, irá participar do evento, que ocorre no âmbito da 49ª sessão do Conselho de Direitos Humanos (CDH 49), iniciado em 28 de fevereiro e que se estende até 1º de abril, em formato híbrido. Será a quinta vez que lideranças indígenas e organizações indigenistas serão ouvidas neste período sobre as políticas que põem em risco a vida e os territórios dos povos originários.
Cimi denunciará à ONU violência do governo Bolsonaro contra indígenas
No evento, que terá participação da Alta Comissária para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, conselho indigenista denunciará política que põe em risco vidas e territórios
Publicado: 21 Março, 2022 - 11h04 | Última modificação: 21 Março, 2022 - 11h16
Escrito por: Redação RBA
Reprodução/Apib

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) retorna nesta segunda-feira (21) ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para denunciar as violências cometidas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) contra os povos indígenas. O secretário executivo do Cimi, Antônio Eduardo de Oliveira, vai relatar situações que exigem atenção do Conselho.
Com apoio do governo Bolsonaro, garimpeiros e desmatadores têm invadido territórios indígenas, levando destruição, contaminação por mercúrio, violência, doença, fome e morte. Além disso, o presidente trabalha pessoalmente pela aceleração da aprovação de projetos que autorizam a mineração em terras indígenas. As políticas bolsonaristas incluem o abandono da saúde indígena, com falta de médicos, medicamentos e vacinas, e a paralisação das demarcações de territórios – que já constava de seu plano de governo.
Na última quarta-feira, o ministro da Justiça, Anderson Torres, concedeu a medalha do Mérito Indigenista ao presidente Jair Bolsonaro e a mais dez ministros. A condecoração, concedida a pessoas que se destacam pelos trabalhos de proteção e promoção dos povos indígenas brasileiros, causou indignação.
Em 2021, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) divulgou o Dossiê Internacional de Denúncias, demonstrando como o discurso de ódio do presidente foi transformado em política de Estado. As ações e omissões do governo resultaram em mais violência e conflitos nos territórios indígenas.
Em abril, tem acampamento em Brasília
A Apib vai realizar a 18ª edição do Acampamento Terra Livre, este ano intitulada "Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldear a Política". O acompamento será realizado entre os dias 4 e 14 de abril, em Brasília, e tem como objetivo pressionar o governo de Jair Bolsonaro e os ministros do STF que ainda não terminaram o julgamento da validade da tese do marco temporal para a demarcação de terras indígenas, que começou a ser votado no ano passado, mas foi adiado mais de uma vez.
A previsão da entidade é de que a manifestação reunirá cerca de cem povos de todo o país. No ano passado, cerca de 6.000 indígenas se concentraram em Brasília em um acampamento chamado Luta Pela Vida.
Com Assessoria de Comunicação do Cimi