Cemig insiste na proposta rebaixada e...
Reunião no TRT terminou sem acordo. Eletricitários vão manter paralisação para defender seu maior patrimônio: o Acordo Coletivo de Trabalho
Publicado: 17 Abril, 2013 - 11h28
Escrito por: Sindieletro-MG
A empresa, que entrou com dissídio coletivo no Tribunal Regional do Trabalho e se negou a apresentar nova proposta nas reuniões de conciliação realizadas em 2012, voltou a dizer não à pauta da categoria na reunião desta terça, 16. Como a audiência no TRT terminou sem acordo, a paralisação dos eletricitários continuará nesta quarta-feira, 17. Haverá mobilização nas portarias em todo Estado. Trabalhadores de Belo Horizonte participarão de ato na portaria do Anel Rodoviário as 9 horas.
Os trabalhadores estão há seis meses sem Acordo Coletivo e cobram da Cemig a melhoria da proposta para a retomada da negociação, com aumento real de 2%, reposição das perdas pelo INPC (5,99%), retroativa a 1º de novembro de 2012 e reajuste das cláusulas econômicas em 8%, também retroativo. A categoria cobra, ainda, a garantia de emprego, a substituição dos trabalhadores terceirizados em atividades fim por concursados, a transferência dos eletricitários da Cemig Serviços para a Cemig Distribuição, política de combate ao assédio moral e a manutenção das conquistas.
A Cemig oferece muito menos: reajuste abaixo do INPC (4,5%), zero de correção para o tíquete alimentação, rebaixar os adicionais pagos sobre as horas extras e a redução da licença maternidade, entre outras propostas que eliminam direitos da categoria. No TRT, a direção do Sindieletro alertou que a Cemig não tem motivos para cortar direitos dos trabalhadores, já que começou o ano anunciando R$ 3 bilhões de lucro para os acionistas.
Mobilização em todo Estado
No primeiro dia de paralisação, a categoria realizou protestos em todo o Estado. Trabalhadores de várias localidades se concentraram na Praça da Estação, às 10 horas. Ao meio-dia seguiram em passeata para a Praça Sete, onde fizeram protestos, parando o trânsito na região central. Nova passeata foi feita até a unidade da empresa na rua Itambé, no bairro Floresta.
Durante o ato, na Prala Sete, eletricitários distribuiram velas para a população, chamando a atenção para os apagões e para a queda da qualidade do serviço prestado pela Cemig, provocada pelos cortes em pessoal e na mautenção da rede, visando aumentar os lucros para acionistas.
No interior várias atividades de mobilização foram programadas com os trabalhadores que não vieram em caravana para a capital, com concentração e protestos nos locais de trabalho.
Em todo o Estado, o recado que a categoria está dando à empresa é muito claro. Os trabalhadores não aceitam que os acionistas recebam R$ 3 bilhões de dividendos enquanto ficam no prejuízo, com salários rebaixados. E não aceitam mais o autoritarismo, assédio moral ou práticas antissindicais na Cemig.