Casa Margarida Barreto lança canal para denúncias de violência contra mulheres
Plataforma Margarida está no ar e também atende casos de assédio no trabalho
Publicado: 03 Dezembro, 2025 - 11h26
Escrito por: CNQ
Em meio à campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra Meninas e Mulheres, a Casa Margarida Barreto lançou a Plataforma Margarida, um canal digital seguro para denúncias de todas as formas de violência contra as mulheres. O anúncio foi feito durante o Seminário “Prevenção de todas as formas de violência no mundo do trabalho e da sociedade”, realizado na última semana.
A plataforma que se apresenta como uma ação fundamental do movimento sindical contra a violência de gênero, já está no ar e pode ser acessada pelo site www.casamargaridabarreto.org ou diretamente pelo endereço denuncia.casamargaridabarreto.org.br/denunciar. A iniciativa amplia o acesso ao acolhimento, fortalece a rede de proteção e cria um caminho seguro para que mulheres possam denunciar violações sofridas dentro e fora de casa, inclusive nas relações de trabalho. A organização atua na cidade de São Paulo.
Simples e seguro
Ao acessar a plataforma, a denunciante encontra um formulário desenvolvido para coletar as informações essenciais do caso. O sistema orienta o preenchimento dos seguintes dados: Nome do agressor; Telefone; Endereço; Local onde ocorreu a violência; e Descrição detalhada da situação.
Para garantir mais segurança e qualidade das informações, o sistema conta com o botão “Instruções para o preenchimento”, que orienta passo a passo cada campo. Após o envio, a denúncia é automaticamente registrada e encaminhada à equipe da Casa Margarida Barreto.
A partir daí, a ONG entra em contato com a denunciante e inicia o atendimento, que começa pelo serviço social e segue, conforme a necessidade, para acompanhamento psicológico e jurídico.
Atendimento humanizado e demanda crescente
A presidenta da Casa Margarida Barreto, Lu Varjão, destaca que a criação da plataforma responde a uma demanda crescente. Somente entre janeiro e outubro deste ano, a ONG realizou 465 atendimentos profissionais e humanizados a mulheres em situação de violência.
“A busca por ajuda por mulheres segue em crescimento. Só no primeiro trimestre de 2025, houve um aumento de 33% nas ligações ao Disque 180. A Plataforma Margarida vem como mais uma estratégia e um caminho para oferecer acolhimento e ampliar a proteção”, afirma Lu Varjão.
Além dos atendimentos individuais, a Casa Margarida também desenvolve atividades em grupo, voltadas à socialização, ao fortalecimento emocional e à promoção da autonomia das mulheres atendidas.
Violência para além do ambiente doméstico
A Casa Margarida Barreto não se limita aos casos de violência doméstica. A ONG atende também episódios de violência ocorridos em outros espaços da sociedade, incluindo o mundo do trabalho, onde são recorrentes casos de assédio moral e sexual.
Essa atuação dialoga diretamente com a origem da instituição, criada a partir da iniciativa de dirigentes do Sindicato dos Químicos de São Paulo, e que leva o nome da médica Margarida Barreto, referência nacional nos estudos sobre assédio moral e cuja trajetória deixou um forte legado para o movimento sindical e a luta das mulheres.
Parceria internacional fortalece a iniciativa
A Plataforma Margarida é resultado da parceria entre a Casa Margarida Barreto e a Fundação Friedrich Ebert (FES), fundação alemã com atuação no Brasil voltada ao fortalecimento da classe trabalhadora, da democracia e dos direitos humanos.
Desde março de 2024, quando iniciou seus atendimentos, a Casa Margarida Barreto vem se consolidando como referência no acolhimento a mulheres em situação de violência, firmando parcerias importantes - entre elas, com a 8ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) da cidade de São Paulo.
A Casa Margarida Barreto nasceu do Sindicato dos Químicos, Plásticos e Farmacêuticos de São Paulo e Região, fruto da união e organização dos trabalhadores e trabalhadoras para criar um espaço de acolhimento, proteção e suporte para mulheres e pessoas LGBTQIAPN+ em situação de violência doméstica, assédio, ou vulnerabilidade. Nossa missão é combater todas as formas de violência de gênero e discriminação, oferecendo apoio psicológico, social e jurídico.
Serviço – Como denunciar
Site: www.casamargaridabarreto.orgAcesso direto à denúncia: denuncia.casamargaridabarreto.org.br/denunciar
Tipo de violência atendida: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial
Atendimento: serviço social, psicológico e jurídico