Campanha Salarial dos vigilantes de Curitiba...
Publicado: 18 Fevereiro, 2010 - 14h15
Escrito por: SindVigilantes
Sem dúvidas, a maior conquista dessa campanhafoi o que o Sindicato dos Vigilantes de Curitiba (SindVigilantes) alcançou na mesa de negociações para o patrimonial. Umaumento de 40,8% no adicional de risco de vida é para ser comemorado! São mais de10% dos almejados 30% que continuaremos batalhando para obtê-los por lei.
Para o transporte de valores, a briga foi bem mais acirrada. As negociaçõesextremamente difíceis. A intervenção do Tribunal Regional do Trabalhoprejudicou bastante o andamento da greve. Mas, apesar de todas as dificuldades,fica o sentimento de conquista. Saímos de uma proposta com ganho real de R$0,10 (dez centavos) para um ganho de R$ 110,64, ou seja, um reajuste de 5,8% namassa salarial do vigilante de carro-forte. No patrimonial, o Sindicatoconseguiu chegar a um reajuste de 8,39% na mesa de negociações, sem precisarpartir para a paralisação. O Paraná mantém erguida a bandeira da vitória,firmando-se como o estado que não se dobra diante dos patrões.
Patrimonial
Desde o início da Campanha Salarial deste ano, o aumento do adicional de riscode vida foi a principal bandeira de luta dos vigilantes do Paraná. A direção doSindVigilantes de Curitiba e Região trabalhou incansavelmente na organização emobilização da categoria convocando todos os vigilantes para a luta sob abandeira “Queremos nosso adicional de risco. 30% já!”.
Uma das maiores conquistas do SindVigilantes na mesa de negociações foi aampliação do percentual do adicional de risco. De R$ 71,70 passou R$ 100, ou seja,um aumento de 39,48%. O piso, que passou para R$ 996, obteve um reajuste de4,58%. Com isso, o adicional passou de 7,5% para mais de 10% do salário. Ovale-refeição foi para R$ 12, o que significa um ganho de 9,1%. A direção doSindicato sai ainda mais fortalecida desta Campanha Salarial, pois osresultados obtidos são frutos do empenho e dedicação de toda a diretoria quenão mediu esforços para arrancar o máximo que era possível nas negociações.
Transporte de valores
A Campanha Salarial deste ano começou tensa para o transporte de valores.Enquanto o patrimonial já negociava desde oito de janeiro, o empresariado dotransporte só agendou a primeira rodada para o dia 25. A primeira oferta foi deapenas o INPC (reajuste segundo a inflação) por dois anos, ou seja, não haveriaaumento real durante todo esse tempo.
A segunda rodada foi no dia 28, às vésperas da data-base (1º de fevereiro), e oaumento proposto foi de apenas R$ 0,10 na massa salarial. Com essa afronta, foidecidido em assembleia o início da greve. A nossa intenção não era entrar emgreve para não prejudicar a população, que mais uma vez pagou pela incoerênciados empresários que lucram fortunas e negam-se a repassar um reajuste decenteaos vigilantes. Sem acordo com os patrões, a greve iniciou no dia 1º defevereiro.
A falta de respeito dos empresários para com os vigilantes de transporte devalores é pública e notória. Infelizmente, nos últimos anos os patrões têmdemonstrado claramente que estão interessados apenas na exploração da mão deobra dos vigilantes de transporte de valores. A estratégia dos empresários temsido a mesma há anos. Oprimem seus funcionários na tentativa de mantê-los sobseu domínio, pois sabem muito bem que a partir do momento em que imperar aunidade e o companheirismo nas quatro empresas serão obrigados a reajustar ossalários de acordo com a vontade dos trabalhadores.
Logo no início da greve, o empresariado entrou com dissídio coletivo, o queprejudicou ainda mais o andamento das negociações. A proposta inicial noTribunal era de 4,59% de reajuste (0,23% de aumento real). No decorrer dagreve, avançou para 1% de ganho real acima do INPC e vale-refeição de R$ 15. Onovo percentual foi recusado pelos vigilantes em assembleia que contou com apresença do procurador do Ministério Público do Trabalho. Com a rejeição, asnegociações no Tribunal ficaram frustradas.
Durante vários dias a comissão de negociação dos vigilantes tentou reabrir asnegociações, esbarrando sempre na intransigência dos patrões, que se escudavamna decisão judicial de retorno ao trabalho de 40% da categoria e no fato de umagrande parte dos funcionários já estarem trabalhando no interior do estado e nacapital. A interferência do Tribunal Regional do Trabalho prejudicou oandamento das negociações e os rumos da greve. O retorno desses 40% enfraqueceua mobilização, sendo este um dos argumentos dos patrões no momento deapresentarem sua proposta final.
Após as audiências, que não beneficiaram o trabalhador, os empresários chegaraminclusive a retirar a proposta feita anteriormente. Foi com denúncias de crime,ações na justiça e muita pressão que as negociações foram reabertas no dia 8.Somente na terça, dia 9, o empresariado retornou com a proposta de 5,5% deaumento no piso (1,14% de ganho real) e vale-alimentação de R$ 15 para osvigilantes de carro forte. Para a tesouraria, foi criado um piso salarial de R$680 nos primeiros seis meses e R$ 700 após esse período, vale-refeição de R$11,90 e a compensação de horas foi reduzida para 60 dias. Quanto aos diasparados, será feita compensação das horas no período de dois anos, prazo devigência do acordo. Com essa proposta, todos os trabalhadores que permaneciamem greve retornaram ao trabalho e a mobilização foi encerrada.