Câmara de Limeira aprova moção para que o Isca reveja demissões de 32 professores
Publicado: 19 Dezembro, 2007 - 15h06
A Câmara de Limeira aprovou por unanimidade na última segunda-feira, dia 17/12, uma moção pedindo que o Instituto Superior de Ciências Aplicadas (ISCA) de Limeira reveja as demissões de 32 professores, anunciadas na semana passada. A Instituição demitiu 20% de seu corpo docente usando como argumento uma suposta avaliação de desempenho didático-pedagógico.
Também na segunda-feira, dia 17/12, à noite, os alunos realizaram uma manifestação no campus do Isca e depois se dirigiram à Câmara de Vereadores para pedir o apoio dos parlamentares. Apesar da moção pedindo a criação de uma comissão para discutir as demissões a Associação Limeirense de Ensino, mantenedora do Isca, não deu qualquer resposta ao pedido.
Arbitrariedade
Foram 32 professores demitidos, a maioria com mais de 20 anos de carreira e também doutores e mestres, mostrando claramente a política de reduzir os salários dos professores e, como conseqüência, também a qualidade do ensino.
A intenção de rebaixar os salários já havia sido manifestada abertamente em uma reunião com o Sindicato dos Professores de Campinas (Sinpro), em 19 de novembro. Na ocasião, lembra Antonio Luiz de Carvalho e Silva, diretor do Sinpro, Subsede de Limeira, o Sindicato negou qualquer tipo de negociação neste sentido e disse que seu papel era lutar por melhores salários.
Em nova reunião, no dia 26 de novembro, a direção do Isca apresentou uma planilha relativa ao mês de outubro, mostrando que a folha de pagamento dos professores representava 53% dos gastos da Instituição. Mais uma vez o Sinpro argumentou que o valor era menor do que a realidade de outras escolas e perguntou à diretoria do Isca se haveria demissão em massa, o que foi negado. A direção informou que o critério de demissão levaria em conta a avaliação didático-pedagógica dos docentes.
Critérios
O anúncio da lista de demitidos confirmou as suspeitas do Sinpro. A maioria dos professores dispensados estava entre os mais bem avaliados, lecionava na Instituição há mais de 20 anos, ou tinha títulos de doutor e mestre. “As demissões pegaram os professores da tabela salarial mais antiga, anterior a 2005, que tem os salários mais altos. Fazendo as contas vemos que a economia da Instituição será muito pequena. O problema é que estes 32 professores representam 20% de todo o quadro docente”, explica Antonio Luiz.
“Nós perguntamos à direção do Isca se valeria à pena abrir uma crise tão grande por uma economia tão pequena e propusemos a criação de uma comissão tendo o Sindicato como participante, para estudarmos uma fórmula de reverter o processo de demissão. Eles sequer responderam”, acusa o diretor do Sinpro.