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Bolívia: Metade da população de Beni e Pando rechaça autonomia das elites pró-EUA

Publicado: 02 Junho, 2008 - 16h52

Como ocorreu em Santa Cruz, a abstenção foi uma alternativa assumida como rechaço aos estatutos anticonstitucionais e ilegais, convocada pelo MAS (Movimento ao Socialismo), movimentos sociais, setores populares, sindicatos, intelectuais e profissionais nas regiões de Pando e Beni no último final de semana.

Somando a abstenção e os votos pelo Não, 56,23% dos cidadãos de Pando rechaçou o estatuto autonômico proposto pelas elites departamentais; enquanto que 47,19% dos benianos não apóia o estatuto dos grupos de poder de Beni.

Em Pando, a contagem extra oficial avalia a abstenção em 46.5%, equivalente a 13.480 pessoas das 28.990 habilitadas para votar. Outras 18.2% votaram pelo não, ou 2.823 votos válidos, somando um rechaço ao estatuto pandino de 56,23%, equivalente a 16.303 pessoas. O sim obteve 12.671 votos.

Já em Beni a abstenção foi de 34%, o equivalente a 45.724 pessoas das 134.483 habilitadas para votar, que se soma a 20% do "Não" - que foi de 17.751 votos válidos na consulta -, chegando ao rechaço de 47,19%, equivalente a 63.474 pessoas do total de inscritos na Corte Departamental (CDE). Os votos pelo sim chegaram a 71.007.

Durante as jornadas de protesto os movimentos sociais trabalharam convocando a suas bases pela abstenção e em alguns casos instruíram a votar pelo "Não", o que provocou em Beni e Pando uma reação violenta dos "grupos de choque", fascistas e mercenários a soldo da oligarquia para obrigar as pessoas a participar da farsa golpista.

Em apoio ao povo e ao governo da Bolívia, a Central Unica dos

CUT convoca solidariedade internacional ao povo e governo da Bolívia

Diante das sucessivas tentativas dos golpistas de criarem um novo Kosovo, a Central Unica dos Trabalhadores - CUT Brasil dirige-se às organizações sindicais e populares de todo o mundo para que manifestem sua solidariedade neste difícil momento que atravessa o povo trabalhador da nossa vizinha nação.

"Como se sabe, desde a eleição de Evo Morales para a presidência da Bolívia, através do voto majoritário de seu povo, não cessaram os intentos de elites privilegiadas, em particular empresários e grandes proprietários de terras dos departamentos da região oriental do país – Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando – e de suas representações políticas, de desrespeitar seu mandato e agitar a bandeira do separatismo a pretexto das chamadas autonomias departamentais", condenou a CUT.

No último dia 4 de maio, a oligarquia que controla o departamento de Santa Cruz realizou um referendo inconstitucional, ao arrepio da Corte Nacional Eleitoral da Bolívia, que dividiu o colégio eleitoral praticamente ao meio: 39% de abstenção, sendo que dos 61% que votaram, 15% optaram pelo "Não" ao Estatuto Autonômico que pretende subtrair toda a região da autoridade do governo nacional boliviano.

A CUT denunciou a armação dos chamados plebiscitos "autonomistas" de Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija - este último acontece no próximo dia 22 de junho - como "escalada divisionista", "Não é segredo para ninguém que os líderes desses quatro departamentos que constituem a chamada "Meia Lua" na porção oriental da Bolívia, foram recebidos nos Estados Unidos por autoridades do governo deste país, cuja embaixada em La Paz é bastante ativa no apoio aos "autonomistas". Assim, no coração da América do Sul, está em curso a mesma política já utilizada em outras latitudes do planeta – como na ex-Iugoslávia e no continente africano – de fragmentar as nações para conter mudanças que ferem interesses estabelecidos e manter a dominação das multinacionais sobre os recursos que devem pertencer aos povos soberanos", denuncia a CUT, que se manifesta "em defesa do mandato popular do presidente Evo Morales e contra a política separatista das oligarquias".