BH Contra Bush

O Dia Internacional da Mulher, comemorado nessa quinta-feira, 8 de março, foi marcado, em Belo Horizonte, por passeatas, manifestações e também por atos de protestos contra a presença do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ao Brasil.

Representantes da Central Unica dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) e de diversos movimentos sociais e populares se reuniram, no início da tarde, na Praça Sete, onde participaram de celebração ecumênica. Depois, com faixas e cartazes, seguiram em passeata até a Praça da Liberdade. Ao grupo se uniram integrantes da Via Campesina, articulação de movimentos do campo, que realizou uma série de protestos ao longo da semana, em Minas Gerais, para lembrar a luta das mulheres na semana dedicada a elas.

MARIA DA PENHA - Durante a passeata, os manifestantes reivindicaram a efetiva aplicação da Lei Maria da Penha, penas mais rigorosas para violência contra a mulher, garantia de direitos já conquistados, salário igual para trabalho de igual valor, participação e poder, entre outros.

Ao longo da caminhada, fizeram protestos em frente às fachadas de duas agências bancárias e órgãos públicos, situados na Rua da Bahia. Já na Praça da Liberdade, próximo ao Palácio do governo mineiro, queimaram o boneco do presidente norte-americano. "Com o protesto, nós, brasileiros, que somos pacifistas, deixamos claro nossa posição: Bush, você não é bem-vindo. Portanto, fique à vontade para se retirar do país e, por favor, não retorne ao solo brasileiro", afirmou o presidente da CUT/MG, Lúcio Guterres.

Lamentavelmente, repetindo fatos já conhecidos dos movimentos sociais, houve forte aparato policial, inclusive com a presença de policiais do Batalhão de Choque, e dois manifestantes foram presos. Os demais manifestantes permaneceram no local até a liberação dos mesmos.

A CUT Minas, organizadora das manifestações, produziu e distribuiu um manifesto contra a visita de George W. Bush ao Brasil e um folder explicativo sobre a Lei Maria da Penha (Lei n° 11340). Esta Lei, sancionada pelo presidente Lula em agosto do ano passado, cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica contra a mulher. Também dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.