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Bancários entregam pauta de reivindicações aos bancos

Categoria reivindica reajuste salarial com base na inflação mais 5%. Pauta foi definida na 24ª Conferência Nacional da categoria realizada de 10 a 12 de junho em São Paulo

Publicado: 15 Junho, 2022 - 16h18 | Última modificação: 15 Junho, 2022 - 16h37

Escrito por: Cecilia Negrão/SPBancários | Editado por: André Accarini

Dino Santos
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Bancários entregaram nesta quarta-feira (15) a minuta com as reivindicações da categoria para a Campanha Nacional Unificada 2022 para representantes da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos). A primeira rodada de negociação com os bancos deve acontecer ainda durante o mês de junho. A data-base da categoria é 1º de setembro. 

Pela manhã desta quarta, a categoria realizou o lançamento da campanha, percorrendo as ruas do centro da cidade, dialogando não só com a categoria mas com a população sobre a realidade dos trabalhadores e a atuação dos bancos, que ao mesmo tempo em que apresentam lucros recordes, demitem funcionários e fecham agências.  

Um dos questionamentos feitos durante ato é o por quê de os bancos continuarem lucrando com a economia estagnada. "As instituições financeiras ganham cobrando altos juros dos clientes. O endividamento das famílias chegou a 77,7% no mês de abril, o maior índice dos últimos tempos. A alta taxa de juros sufoca as famílias e num ciclo vicioso, o endividamento gera renegociação e um novo endividamento ainda maior. A taxa de juros no cartão de crédito rotativo está em média 355% ao ano, uma das maiores do mundo", disse Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

A dirigente, que também preside o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e afirmou ainda que os bancos lucram na crise com a miséria da população. "E ganham também reduzindo seu quadro de funcionários: foram eliminados mais de seis mil postos de trabalho nos cinco maiores bancos durante a pandemia. Enquanto isso, os lucros somaram R$ 27,6 bilhões, com alta média de 15,4% % em doze meses", completou.

Por todos esses motivos, diz Ivone, os bancos têm plenas condições de dar aos trabalhadores o aumento real de 5%. "Mais do que recompor a inflação, os bancários, que trabalharam para garantir lucros bilionários aos bancos, querem ter aumento real em seus salários e a manutenção de todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho em vigência”, disse a sindicalista.

Pauta

A categoria definiu na Conferência Nacional dos Bancários, no último fim de semana, aumento real de 5%. Também definiram o piso com base no salário mínimo do Dieese (R$ 6.535,40) e a PLR de três salários mais  parcela fixa adicional de R$ 12.887,04 reajustada pelo INPC com 5% de ganho real. A categoria também pede a valorização dos vales refeição e alimentação no valor de um salário mínimo (R$ 1.212,00).

Campanha

Os bancários são uma das únicas categorias com uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), com validade para todo o Brasil, para bancos públicos e privados. A Campanha começa no fim de maio, com a consulta aos trabalhadores, uma pesquisa sobre diversos temas e suas prioridades e, a partir dessa consulta, que nos mobilizamos, construímos argumentos para reivindicar com os banqueiros. As prioridades são apresentadas nas Conferências Estaduais e depois no Congresso Nacional da categoria. O resultado entra na minuta entregue aos bancos. A categoria bancária acumula aumento real de 21,9% desde 2004. E o piso acumula aumento real de 43,6%.

Principais reivindicações

Na pauta definida pela categoria destacam-se a reposição salarial e nas demais verbas com base na inflação do período entre 31 de agosto de 2021 e 1º de setembro de 2022 (INPC) mais 5% de aumento real. Veja outras reinvidicações:

  • Aumento maior para o VR e VA;
  • Garantia dos empregos
  • Manutenção da regra da PLR, atualizada pelo índice de reajuste;
  • Fim das metas abusivas;
  • Combate ao assédio moral;
  • Acompanhamento e tratamento de bancários com sequelas da Covid-19.