Atos em Porto Alegre defendem vacina já para todos, emprego e fora Bolsonaro
Logo cedo, dirigentes sindicais estenderam faixas, cartazes e banners em viadutos e passarelas, fortalecendo as reivindicações da classe trabalhadora
Publicado: 07 Abril, 2021 - 17h28 | Última modificação: 07 Abril, 2021 - 18h31
Escrito por: CUT - RS

Em atos simbólicos promovidos na manhã desta quarta-feira, 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, no centro de Porto Alegre, a CUT-RS e centrais sindicais no Rio Grande do Sul denunciaram a irresponsabilidade dos governos do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), do governador Eduardo Leite (PSDB) e de vários municípios, como o prefeito Sebastião Melo (MDB), defenderam vacina já para todas e todos, quebra de patentes, emprego, auxílio emergencial, geração de emprego e renda, e reforçam a campanha pelo Fora Bolsonaro.
Logo cedo, dirigentes sindicais estenderam faixas, cartazes e banners em viadutos e passarelas, fortalecendo as reivindicações da classe trabalhadora. Houve também manifestações em São Leopoldo, Pelotas, Sapiranga e Passo Fundo, Viamão e Alvorada, dentre outras cidades.
Na Capital, o primeiro ato ocorreu em frente à Prefeitura, logo após a chegada de um cortejo fúnebre com cruzes e um caixão em memória aos mais de 330 mil brasileiros e brasileiras que já foram vítimas do Covid-19, dentre eles mais de 20 mil gaúchos e gaúchas. Houve falas de dirigentes da centrais e movimentos sociais.
Abre e fecha da economia não resolve
“O Brasil registrou mais de 4 mil mortes em 24 horas. Temos tudo para lamentar, acusar e condenar o governo federal, acompanhado pelos governos estadual e vários municipais. Eles seguem nessa sanha de atirar o povo brasileiro para a morte a pretexto de defender a economia”, criticou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.
Segundo ele, as medidas que estão sendo adotadas pelos gestores são para servir aos interesses dos empresários. “Eles não estão nem aí para o povo e para a vida. Para eles, importa somente o lucro. Nós dizemos que a economia só vai voltar se nós tivermos vida, vacina e emprego”, avisou.
“Esse abre e fecha não resolve o problema da pandemia, pelo contrário faz com que o vírus circule cada vez mais. Por isso, neste dia, temos muito pouco a comemorar, muito a lamentar e só podemos afirmar a defesa da vida, exigir vacina já para todos e todas, auxílio emergencial de R$ 600, políticas de emprego e quebra de patentes”, defendeu Amarildo.
Política genocida
O presidente do Sindisaúde-RS, Julio Cesar Jesien, alterou que a política de abertura das atividades econômicas faz com que o número de óbitos aumente. “Enquanto trabalhadores da saúde, viemos manifestar a preocupação com a forma como os governantes estão conduzindo a liberação. Essa política de abre e fecha vai destruindo a economia, vai sobrecarregando os hospitais e o Sistema Único de Saúde Se seguirmos nessa lógica, vamos cada vez mais ver os números subindo”, destacou.
Desde o início da pandemia, os servidores municipais da saúde vêm pedindo socorro diante das precárias condições de trabalho a que estão submetidos. Isso se deve muito à gestão da Prefeitura para enfrentar a Covid-19, segundo o integrante da Comissão de Trabalhadores do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS), Alberto Terres. Para ele, “Melo é uma reprodução do projeto de Bolsonaro e da política de Marchezan, ex-prefeito de Porto Alegre”.
“Ele ouve, mas não dialoga com os representantes dos trabalhadores. O Melo disse que sempre cabe mais um nos hospitais. Porém, para essa pessoa a mais, falta oxigênio, falta medicação, faltam funcionários da saúde e, por isso, acaba indo a óbito. Isso é uma política genocida e quem está morrendo é a população mais vulnerável”, disse Terres.
Melo desrespeita a saúde da população
Para a deputada estadual Sofia Cavedon (PT), quando um prefeito diz que sempre cabe mais um, ele falta com respeito à saúde e aos profissionais da saúde. “É um absurdo a violência como a saúde é tratada na Capital. Quando Melo afirma isso, demonstra que desconhece os protocolos médicos, os profissionais, os espaços e desrespeita a vida”, enfatizou.
É bem verdade que não há vacina disponível no mundo para o número de pessoas que precisam ser imunizadas. No entanto, existe tecnologia para a fabricação de vacinas e, por isso, é fundamental a quebra de patentes. “O conhecimento que salva vidas não pode estar aprisionado”, frisou a deputada.
Para Sofia, “no Dia Mundial da Saúde, o SUS é o grande vitorioso, que está enfrentando a política de morte, de negação da vida. O presidente é responsável pelas mais de 300 mil mortes”.
A irresponsabilidade de Eduardo Leite
Após os pronunciamentos das entidades e representações dos movimentos, os participantes saíram em caminhada até a Praça da Matriz, onde fizeram um segundo ato em frente ao Palácio Piratini.
As centrais criticaram a política do governador, que vive as cores das bandeiras do distanciamento controlado, dizendo que leva em conta as diretrizes da ciência e os números da pandemia, mas adota políticas de co-gestão com os prefeitos e recebe as federações empresariais, flexibilizando as restrições. Mais parece uma política faz-de-conta para ocupar generosos espaços na mídia e acaba colaborando com o negacionismo de Bolsonaro.
Houve também protestos contra a reforma administrativa de Bolsonaro, que mira na retirada dos direitos dos servidores, mas o foco é o desmonte dos serviços públicos para entregá-los à iniciativa privada. É a política do estado mínimo para o povo e grande para para os empresários.
Trabalhadores da educação
Ao final da manifestação, foi entregue ao chefe de gabinete da Casa Civil, Jonatan Brönstrup, a Carta Aberta pela Vacinação dos Trabalhadores em Educação, solicitando também prioridade na vacinação para os professores.
Assinada pelo Sinpro/RS, CPERS Sindicato), Adufrgs Sindical e Fetee-Sul, o documento ressalta o compromisso dos trabalhadores com a educação.
“Somos a favor da volta às salas de aulas, quando o estado sair da bandeira preta, pois essa é razão da nossa vida e da profissão que escolhemos para servir a sociedade e porque dele depende a nossa existência. Mas sem a vida, de nada adiantará a nossa abnegação”, diz um dos trechos do texto.