Ato massificado reflete peso da luta pela URP
Representantes dos trabalhadores protocolam documento na presidência da República
Publicado: 26 Março, 2010 - 10h42
Escrito por: Sintfub
Umamultidão de professores, técnico-administrativos e estudantes da UnB novamentecruzou as ruas de Brasília para reivindicar o permanência do pagamento da URP(Unidade de Referência de Preço). Desta vez, o alvo foi a presidência darepública. Datas ainda não foram confirmadas, mas já existe um comprometimentodo governo em articular a resolução do impasse entre as entidadesrepresentativas da Universidade - Sintfub, AdUnB e DCE - e o Ministério doPlanejamento. "Diante do crescimento da pressão unificada, as chances dagarantia da nossa URP cresce", afirmou Mauro Mendes, integrante da coordenaçãodo Sintfub.
Maisde mil pessoas saíram em carreta do ICC Norte da UnB e seguiram até a sedeprovisória do Palácio do Planalto, que fica no Centro Cultural Banco do Brasil.Já na esquina do CCBB um grupo de policiais impediu a passagem do caminhão de somque guiava a manifestação. Entretanto, os carros foram liberados e chegaram atéa porta do complexo cultural.
Umafileira de seguranças e policiais militares estava à postos para impedir aentrada dos manifestantes. Com cassetetes e armas de fogo, eles - alguns semidentificação - coagiam os grevistas munidos de faixas, apitos e mega-fones.
Depoisde uma confusão entre policiais e manifestantes, uma comissão que comintegrantes das três entidades representativas da UnB entrou na sede provisóriado Palácio do Planalto para protocolar um documento que relata a luta dacategoria pelo pagamento da URP e a arbitrariedade do Ministério doPlanejamento, que mesmo sob ordens judiciais insiste em suspender a parcela dosservidores. "Não vamos nos intimidar diante desses artifícios opressores.Nossa luta é legítima e seguiremos firmes até a vitória", disse ocoordenador do Sintfub, Antônio Guedes.
Dolado de dentro do Palácio do Planalto, os representantes dos trabalhadores daUnB foram recebidos pelo secretário adjunto da Secretaria Nacional deArticulação Social da presidência da República, João Bosco Calaie, e peloresponsável pelo gabinete da Casa Civil, Álvaro Baggio.
Ossindicalistas fizeram um histórico da luta das categorias pela URP e frisaram adesobediência do MPOG, que desde setembro do ano passado achata os salários dosservidores em 26,05%.
Ogrupo ainda solicitou uma audiência com o presidente Lula para tratar daquestão, mas, de acordo com os representantes do governo, devido a agenda dopresidente, seria mais ágil uma reunião com os líderes do MPOG. Osrepresentante do governo se comprometeram a articular o encontro e encaminhar odocumento ao presidente Lula e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
"Nossoato foi um sucesso! Chamamos a atenção da sociedade, causamos um fato políticoe ainda conseguimos ser recebidos para protocolar nosso documento, que eranosso objetivo no dia de hoje", avaliou o coordenador do Sintfub, CosmoBalbino.
Aação foi encerrada com o canto do Hino Nacional Brasileiro pelos manifestantese a distribuição de bananas, fazendo alusão ao "preço da educação".
URP
AURP representa 26,05% dos vencimentos dos servidores da UnB. A porcentagem éreferente à perda salarial causada pelos planos de redução inflacionária dofinal dos anos 80.
Em1989, o direito foi garantido às categorias. Há mais de cinco anos, o pagamentoda parcela foi questionado, mas uma liminar impetrada pelo Sintfub garantiu acontinuidade do pagamento da URP até que houvesse um julgamento sobre oprocesso.
Recentemente,o Ministério do Planejamento questionou novamente o direito de receber a URP,mas o TRF da 1ª Região reafirmou a liminar vigente e determinou que a pastadesse continuidade ao pagamento da parcela até que o caso fosse julgado.
Arbitrariamente,o Planejamento continua sem pagar a URP aos professores e servidorestécnico-administrativos da UnB. A última informação do ministério, feitaatravés de ofício, foi que a URP não seria retiraria de todos, mas ficariam sema porcentagem os servidores que ingressaram na Universidade após setembro de2005. Além disso, os valores da parcela seriam revisados, mantendo ocongelamento antes do último Plano de Carreira.