Ato do GT dos trabalhadores na Comissão da...
Golpe militar desarticulou e prendeu principais líderes da entidade
Publicado: 27 Setembro, 2013 - 13h01
Escrito por: William Pedreira

Na próxima terça-feira, dia 1º de outubro, o Grupo de Trabalho “Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical” da Comissão Nacional da Verdade (CNV) realiza Ato Sindical Unitário para homenagear e resgatar a história de luta e resistência do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT). O ato está marcado para as 9:30h no Sindicato dos Engenheiros de São Paulo (Rua Genebra, 25 – São Paulo-SP).
Fundado em 1962, o CGT foi um dos expoentes na organização dos trabalhadores e na convocação de atos, greves e manifestações no período. Teve um papel importante de sustentação e pressão pelas reformas de base durante o governo João Goulart (1961-1964).
Também foi uma das entidades responsáveis pelo grande comício popular realizado no dia 13 de março de 1964, que reuniu cerca de 150 mil pessoas na Central do Brasil, Rio de Janeiro, em defesa da democracia.
Apesar de toda luta e resistência, os militares tomaram o poder e instauraram a ditadura (1964-1985). Logo no primeiro dia o governo militar interveio nas entidades representativas dos trabalhadores, incluindo o próprio CGT e entidades filiadas, desarticulando e prendendo seus principais líderes.
“O CGT tem uma importância histórica para o movimento dos trabalhadores com sua visão mais geral para além da pauta sindical, quando propôs a discussão sobre o papel estado e as condições de vida dos trabalhadores”, enfatizou Expedito Solaney, secretário de Políticas Sociais da CUT.
Reparação política, moral e material – a CUT iniciou neste mês os trabalho da sua própria Comissão Nacional da Verdade, Memória e Justiça.
Composta por dirigentes das cinco regiões do País, o grupo substituiu a Comissão de acompanhamento instalada durante o 11º Congresso da CUT (2012), ocasião na qual a Central fez a entrega à Comissão Nacional da Verdade (CNV) de mais de 100 nomes de trabalhadores assassinados durante a ditadura militar.
As primeiras atividades ocorreram em Minas Gerais e Rio de Janeiro, respectivamente, com depoimentos de trabalhadores e sindicalistas cassados, perseguidos, presos e torturados durante o regime.
“Houve uma ampla participação nestas atividades. As pessoas estão querendo contribuir. É um vasto trabalho que teremos pela frente para fazer o resgate da memória histórica, contribuir com a Comissão Nacional da Verdade e buscar a justiça e reparação moral, política e material”, relatou Solaney.