Argentina
Publicado: 20 Abril, 2007 - 13h20
Escrito por: CTA e CGT dizem basta e exigem justiça ao professor assassinado em Neuquen
Em documento conjunto intitulado "Basta", os dirigentes sindicais argentinos Hugo Yasky (CTA) e Hugo Moyano (CGT), expressaram seu "mais enérgico repúdio à repressão exercida pelo governo de Jorge Sobisch, na província de Neuquen, que custou a vida do professor Carlos Fuentealba". Para os sindicalistas, que comandaram uma greve nacional no dia 9 de abril por justiça, "estes fatos gravíssimos nos fazem relembrar a época da ditadura militar".
Fuentealba foi assassinado por um policial que atirou uma granada de gás lacrimogêneo em sua cabeça durante uma manifestação de professores na província de Neuquén, a 1.230 quilômetros ao sul de Buenos Aires e é a principal fornecedora de gás natural no Chile.
Conforme o comunicado conjunto das centrais sindicais argentinas, que paralisaram o país na segunda-feira 9 de abril contra o covarde assassinato, "não é com repressão que se solucionam as demandas dos trabalhadores. Mais ainda quando a classe trabalhadora se encontra empenhada na recuperação de salários e demais direitos profanados nas últimas décadas na Argentina".
REPROVACO - "E absolutamente reprovável que se pretenda abafar as justas demandas dos trabalhadores com métodos que acreditávamos fazer parte do passado. Em tempos onde o superávit fiscal alcança níveis históricos, nos perguntamos até quando será esta a prioridade em lugar de aprofundarmos uma mais justa e eqüitativa distribuição de renda", denuncia o documento, frisando que o caminho escolhido pelos "setores mais reacionários da sociedade está errado".
"Não conseguirão nos calar nem impedir que reivindiquemos o que por justiça nos corresponde. Por tais razões, a CGT e a CTA instamos aos governos que solucionem o problema de forma pacífica e abrindo canais de diálogo com os trabalhadores, como forma de dar resposta aos legítimos reclamos dos que produzem a riqueza do país", conclui o documento.
Em visita a Buenos Aires, o secretário de Relações Internacionais da CUT, João Antonio Felicio, defendeu "a punição rigorosa e exemplar, nos termos da lei, aos responsáveis pela bárbara, covarde e criminosa agressão que resultou na morte de Carlos Fuentealba".
"Temos a educação como fator estratégico para a paz e o pleno desenvolvimento da cidadania, sendo inaceitável que violências e arbitrariedades atentem contra homens e mulheres que lutam por um mundo mais fraterno e feliz. Aos companheiros argentinos, a nossa mais irrestrita solidariedade e a confiança de que a justiça prevalecerá", declarou Felício.