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Anápolis: 47 países defendem urgência do Estado Palestino

Publicado: 30 Novembro, 2007 - 18h10

"Nós concordamos em lançar imediatamente negociações bilaterais de boa fé a fim de concluir um tratado de paz, resolver todas as questões pendentes, incluindo todas as questões centrais sem exceção", afirmaram ao final da conferência de Anápolis, EUA, os líderes da Palestina, Mahmoud Abbas, e Ehud Olmert, de Israel. O documento final do encontro definiu que o acordo para a constituição de um Estado Palestino e a paz deverá estar concluído antes do final de 2008. Também será constituído um comitê permanente de negociação entre as duas partes e Abbas e Olmert se reunirão quinzenalmente para as decisões necessárias. Não houve acordo, entretanto, quanto a por no papel essas "questões centrais", que todos sabem ser o fim da ocupação e o estabelecimento do Estado palestino, devolução de Jerusalem e volta às fronteiras de 1967, desmantelamento do muro e dos assentamentos, libertação dos presos e solução para os refugiados desde 1948.

Com a presença de 47 países, é a mais ampla participação em uma conferência pela paz na região. Em seu pronunciamento, o presidente palestino Abbas agradeceu à "distinta e ampla participação dos países irmãos árabes e islâmicos, do Quarteto, dos países membros do Conselho de Segurança da ONU, do grupo de grandes países industrializados e de muitos países proeminentes da Europa e da Ásia, assim como os Não-Alinhados, os estados africanos e a América do Sul". Presença que, considerou Abbas, a transformou numa "conferência única na história do conflito, capaz de nos dar ímpeto e proteção", e encorajadora de que "se preserve no caminho das negociações de paz israelenses-palestinas" e de que seja alcançada "uma solução de dois Estados". Solução que, apontou, está "baseada no fim da ocupação e estabelecimento do Estado da Palestina lado a lado com o estado de Israel, assim como a resolução de todas as questões relativas ao conflito palestino-israelense e árabe-israelense em todos os seus aspectos". "Estou orgulhoso da contribuição árabe e islâmica e esta vasta participação internacional nos trabalhos desta conferência é testemunha do fato de que os Estados irmãos e amigos estão ao nosso lado, o povo da palestina, e por nossos esforços para alcançar a paz", afirmou o líder palestino.

14 países árabes – inclusive a Síria e a Arábia Saudita - participaram da conferência que, segundo o "New York Times" se segue aos "sete anos em que os EUA deixaram dormente" o processo de paz. Já Bush tentava, cinicamente, posar de "árbitro" e "mentor" da paz. O próprio Olmert disse em seu discurso "não ter dúvida de que a realidade criada em nossa região em 1967 mudará significativamente", processo que considerou "extremamente difícil" para os israelenses, "mas inevitável". Tem um ano para passar das palavras aos atos. O representante saudita afirmou que as negociações entre Israel e palestinos precisam ser seguidas por negociações Israel-Síria e Israel-Líbano para uma solução definitiva. O Brasil esteve representado pelo chanceler Celso Amorim, que afirmou que o "país está pronto" para colaborar nas negociações, sediando reuniões "pela paz e coexistência no Oriente Médio".

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