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Aepet: Petrobrás deve ser a única...

 

Publicado: 16 Outubro, 2009 - 12h12

Escrito por: Hora do Povo

"Não há gargalo tecnológico que a Petrobrás não possa vencer e que as outras empresas podem. Isso é falácia", afirma Fernando Siqueira

O presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), Fernando Siqueira, defendeu o fim dos leilões de blocos petrolíferos durante audiência pública promovida pela comissão especial da Câmara que analisa o projeto de criação da Petro-sal (PL 5939). "Não há nenhuma razão para se continuar com os leilões. A Petrobrás não tem complicação financeira alguma, não tem gargalo tecnológico", disse.

Para o presidente da Aepet, a Petrobrás deve ser a única exploradora do pré-sal, que é a forma de garantir que o "povo brasileiro seja o verdadeiro dono da riqueza".

Avaliando que os quatro projetos enviados pelo governo ao Congresso Nacional representam um avanço, Siqueira, no entanto, se posicionou contrário à criação da Petro-sal. Segundo ele, a criação da estatal serviria apenas para gerenciar leilões.

"Os projetos representam avanços na medida em que preveem mudança do contrato de concessão para partilha, que colocam a Petrobrás como a única operadora de todos os blocos", afirmou o presidente da Aepet.

Siqueira rebateu as argumentações do presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo Gás e Biocombustíveis (IBP), João Carlos de Luca, de que a Petrobrás não teria competência tecnológica para explorar sozinha o pré-sal e que a presença das multinacionais contribuiria para o aperfeiçoamento tecnológico. "A Petrobrás está na vanguarda em relação a outras empresas petrolíferas, sabendo otimizar e adaptar materiais para a exploração dessa nova fronteira energética", frisou. Segundo ele, "a vantagem é que a Petrobrás tem e é ela que sabe como usar essas tecnologias. Não há gargalo tecnológico que a Petrobrás não possa vencer e que as outras empresas podem. Isso é falácia", observou Siqueira, destacando ainda o "pioneirismo da Petrobrás na exploração de petróleo em águas profundas e o desenvolvimento atual de tecnologias para vencer as baixíssimas temperaturas nas camadas mais profundas das áreas de explorações".

Fernando Siqueira enfatizou que as desinformações sobre o papel da Petrobrás, bem como a suposta falta de recursos para a exploração do pré-sal, fazem parte de uma campanha para beneficiar as multinacionais, as chamadas big oil. "O petróleo é autofinanciável, quem o tem, tem crédito", ressaltou.

O IBP representa os interesses das multinacionais que operam no setor de exploração no Brasil. Através de parlamentares da oposição, fez várias emendas aos projetos do pré-sal para manter os leilões e impedir que a Petrobrás seja a única exploradora do pré-sal.

O engenheiro também defendeu um alto índice de nacionalização para a compra de equipamentos de toda a cadeia produtiva do pré-sal, para garantir a geração de 750 mil empregos diretos e indiretos.