• Kwai
MENU

30 anos de história e de luta pelos...

CUT recebe homenagem em sessão especial da Assembleia Legislativa de Santa Catarina

Publicado: 30 Agosto, 2013 - 09h52

Escrito por: Silvia Medeiros/CUT-SC

Na noite do dia 27 de agosto a CUT foi homenageada pelos 30 anos de fundação numa sessão especial na Alesc, em Florianópolis. Mais de 150 dirigentes sindicais e trabalhadores do estado estiveram presente e acompanharam as homenagens. O evento também reuniu todos os ex-presidentes da CUT-SC que ao longo dos 30 anos ajudaram a construir a história da maior central sindical catarinense.

A sessão foi uma iniciativa do deputado estadual Dirceu Dresch (PT), que aproveitou o seu pronunciamento para destacar o orgulho de ter feito parte da história de luta dos trabalhadores. “Meu orgulho e minha emoção são ainda maiores ao homenagear a nossa central em comemoração aos seus 30 anos, por que eu faço parte desta história e fazer essa homenagem dentro da casa do povo tem um significado forte, pois foi na luta pela democracia e na luta pelos direitos, que conseguimos fundar a CUT e com a nossa nova forma de fazer sindicato é que fomos conquistando estes espaços”, destacou Dirceu Dresch.

Fundação da CUT-SC - A central em Santa Catarina foi fundada dia 23 de setembro de 1984, um ano depois da fundação da CUT Nacional. De acordo com dirigentes que participaram desse processo, o atraso se deu em virtude da forte enchente ocorrida em Santa Catarina, no ano de 1983, que dentre diversos outros problemas, a tragédia natural impediu também a mobilização e organização dos trabalhadores do estado.

Jorge Lorenzetti, que foi o primeiro presidente da CUT-SC, ressaltou um pouco dos desafios de construir uma central sindical numa época de grande conflito no Brasil. “Para mim a CUT começou a ser fundada em 1981 no 1º Conclat (Congresso da Classe Trabalhadora), era inicio da década de 80, a ditadura começava a perder o poder e a CUT surge num enorme momento de mudanças”, Lorenzetti frisou ainda que em diversos momentos os dirigentes da CUT de Santa Catarina tiveram que usar financiamento próprio para que a central tivesse as mínimas condições de funcionamento. “Nós não fazíamos isso por altruísmo, mas por acreditar num projeto e entender a importância do papel de uma central sindical no fortalecimento das lutas da classe trabalhadora”.

Na sessão especial os sete dirigentes que já presidiram a CUT-SC foram homenageados, são eles: Jorge Lorenzetti (presidente desde 1983 até 1987); Reinaldo Machado (1987 até 1988); Ineir Miguel Mittmann (1988 até 1991); Alípio Inácio Alves (1991 até 1994); Valdeci José da Silva (1994 até 2000); Paulo Roberto Gonçalves (2000 até 2003) e Neudi Antonio Giachini que assumiu em 2003 e preside a central nos dias de hoje.

Homenagem aos ramos da CUT-SC - Além da CUT foram homenageados os ramos representados pelas federações, como a Federação dos Empregados no Comércio de Santa Catarina – FECESC, Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar – FETRAF, Federação dos Servidores Municipais – FETRAM, Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde – FETESSESC, Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação – FETRIAL, Departamento dos Metalúrgicos de Santa Catarina – DEM/CNM e a Federação dos Trabalhadores na Construção Civil – FETRACOM. Os sindicatos com representação de categorias do estado como o Sindicato dos Empregados no Serviço Público Estadual – SINTESPE, Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina – SINTE e com base federal o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público federal – SINTRAFESC e o Sindicato dos Trabalhadores e Serviços de Telégrafos e Correio de Santa Catarina – SINTECT, os bancários o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Criciúma – SEEB e o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos - DIEESE .

Lizeu Mazzioni, presidente da FETRAM destacou como grande marco da Central Única dos Trabalhadores a união de classes. “Acho que foi essa a grande novidade que os trabalhadores construíram neste país, com intenção de unificar a luta de classe, criaram uma central que reúne todas as classes trabalhadoras”, salientou Lizeu.

Protagonismo da CUT-SC – Atualmente a CUT-SC possui 122 sindicatos filiados e representa mais de 618 mil trabalhadores na base, é a maior central sindical do estado e esta presente nas principais lutas dos trabalhadores e dos movimentos sociais de Santa Catarina. “Temos muitas lutas pela frente, o nosso protagonimo não para por aqui. Nós temos muito que construir, mas já fizemos muita luta neste estado, nos últimos anos com parceria com o DIEESE, conquistamos o Piso Estadual de Salário, que ajudou a elevar a renda de diversas famílias catarinenses” observou Neudi Giachini, presidente da CUT-SC.

“Cada um que esta aqui contribuiu com esta história, mas quem são os verdadeiros responsáveis pelas conquistas que tivemos ao longo desses anos, foram os ramos e sindicatos e em especial os trabalhadores que estão nos seus locais de trabalho, enfrentando diversos problemas, mas acreditando na união e força da classe trabalhadora como forma de transformação para uma sociedade com mais justiça social”, destacou Neudi.

Os desafios continuam – A central completa três décadas num período de muito embate com os empresários e com o governo. A CUT tenta barrar o Projeto de Lei 4.330 que trata sobre a terceirização e pode representar uma precarização nas relações de trabalho. “Não aceitamos este projeto por que ele destruirá todos os direitos que conquistamos ao longo dos anos”, salientou Neudi.

A pauta da classe trabalhadora é extensa e conforme os anos avançam e o sistema econômico aumenta o seu nível de exploração da força de trabalho, a luta da classe trabalhadora precisa aumentar.

“Os 30 anos da CUT nos desafia muito mais, se nós queremos continuar a história precisamos defender cada vez mais os trabalhadores e trabalhadoras. Essa nossa história será tão mais bonita se aumentar a capacidade de luta. Lutamos pela liberdade e autonomia sindical, para que nenhuma mulher ganhe menos numa mesma função que os homens, para que os índios sejam respeitados, os negros sejam valorizados e que cada vez mais tenhamos uma central sindical pujante com grande capacidade de mobilização e com propósito de melhorar a vida de milhões e milhões de trabalhadores e trabalhadoras”, ressaltou Rosane Bertotti, Secretaria de Comunicação da CUT Nacional.