16 de maio
Dia de garis e margaridas
Publicado: 15 Maio, 2009 - 15h28
Escrito por: Assessoria de Imprensa da Contracs/CUT e do Sindilimpeza Baixada Santista (SP)

No Brasil, os garis e as margaridas são profissionais da limpeza que recolhem o lixo das residências, indústrias e edifícios comerciais e residenciais, varrem ruas, praças e parques, lavam e desinfetam vias públicas.
A praia, bem como os equipamentos públicos também são cuidados por esses profissionais que trabalham na rastelação manual e mecânica da faixa de areia das mesmas, limpeza de sanitários e quiosques, além da varrição e raspação de guias e sarjetas, limpeza de canais, mercados municipais e feiras livres e capinação química.
Garis e margaridas são profissionais expostos a todo tipo de surpresa do clima, das cidades e das ruas.
Trabalham debaixo de sol quente, em atividades repetitivas e duras, em contato com materiais que representam perigo à saúde, como vidros, seringas, animais mortos e toda sorte de coisas que podem surgir no lixo.
São profissionais sujeitos a sofrer de câncer de pele, lesões por esforço repetitivo, problemas de coluna e do sistema urinário. E enfrentam ainda a violência das cidades, já que trabalham nas ruas.
Também estão entre os profissionais invisíveis, aqueles que não são notados, valorizados e devidamente tratados pela sociedade, apesar de toda a importância de seu trabalho. “Esses trabalhadores sentem falta de reconhecimento, de um bom dia ou boa tarde, de serem percebidos e valorizados”, destaca Djalma Sutero, presidente do Sindilimpeza Baixada Santista (SP) e Secretário de Políticas Sindicais da Contracs/CUT.
Em várias cidades do Brasil, os sindicatos CUTistas lutam para que garis e margaridas tenham melhores condições de trabalho e uma vida digna.
A CONTRACS, a CUT e os sindicatos filiados combatem a terceirização que precariza as relações de trabalho de garis, margaridas e demais profissionais da área de asseio e conservação e ao mesmo tempo as entidades sindicais também trabalham para defender e proteger esses profissionais de vida e luta tão árduas.
“Queremos expressar nosso reconhecimento aos garis e margaridas, que não perdem a esperança e estão sempre prontos para a luta e ressaltar que estamos juntos na luta por condições dignas de trabalho e de vida”, ressalta Lucilene Binsfeld, presidente da CONTRACS/CUT.
Gari e margarida
A maioria dos brasileiros - e até mesmo muitos dos que trabalham no setor - desconhecem como garis e margaridas foram incorporados ao dia a dia das cidades.
A palavra gari vem do nome de Pedro Aleixo Gari que, durante o Império, assinou com a Corte brasileira o primeiro contrato de limpeza urbana no Brasil. Aleixo costumava reunir no Rio de Janeiro, cidade onde morava, funcionários para limpar as ruas após a passagem de cavalos, o que nessa época era muito comum.
Os cariocas se acostumaram com esse trabalho e sempre mandavam chamar a "turma do Gari" para executá-lo. Aos poucos e de tanto repeti-lo, a população da cidade associou o sobrenome de Aleixo Gari aos funcionários que cuidam da limpeza das ruas. Assim, o nome gari se espalhou para o restante do País.
Já a história das margaridas surgiu no início da década de 70, quando havia carência de mão de obra masculina em São Paulo para serviços de varrição, já que os melhores profissionais eram requisitados pelas empresas responsáveis pela construção do metrô.
Naquela época, a empresa responsável pela varrição da cidade viu a necessidade de incluir as mulheres no serviço de limpeza pública.
A experiência pioneira foi feita com absoluto sucesso e, logo em seguida, repetida em outras regiões de São Paulo. Antes mesmo do teste ser feito em São Paulo, havia uma preocupação do marketing da empresa em encontrar um nome popular que servisse de alternativa aos já tradicionais, como varredora e servente e que auxiliasse na aceitação pela sociedade da mulher nessa nova profissão, que até então era vista como masculina.
Pensou-se então num símbolo que pudesse representar a mulher. Margarida foi considerado o mais adequado, inclusive porque nesse nome está contida a palavra gari. Dias depois, a mídia e a sociedade em geral aceitaram - e elogiaram - o ingresso da mulher na nova atividade profissional junto com seu apelido de trabalho.
Esta é uma parte da história desses profissionais que embora nem sempre sejam reconhecidos pela população, desenvolvem um papel importantíssimo na manutenção do bem estar da sociedade.