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Publicado: 06 Maio, 2008 - 17h29

Escrito por: Evo e COB unidos contra a divisão da nação!

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Governo anuncia novas nacionalizações

 

Os atos de 1º de Maio na Bolivia se deram às vésperas da realização de um referendo ilegal no departamento de Santa Cruz, organizado pela oligarquia local que, em nome de uma pretensa autonomia, quer de fato dividir a nação a serviço do imperialismo dos EUA.

 

Desde cedo os trabalhadores concentraram-se na Praça em frente à Igreja de San Francisco, lugar tradicional das manifestações da COB em La Paz e eram milhares quando do balcão do sindicato dos fabriles os oradores pronunciavam seus discursos, centrados na defesa da nação boliviana contra os intentos separatistas da chamada Media Luna (departamentos cujos prefeitos seguem a orientação divisionista da oligarquia de Santa Cruz).

 

Antes do pronunciamento de Pedro Montes, secretário executivo da COB, que convocaria um Cabildo Abierto (assembléia popular) reunindo distintos setores  para o dia 4 de maio – data do referendo ilegal – para tomar as medidas necessárias para defender a integridade da nação, tomou a palavra Júlio Turra, da direção executiva da CUT Brasil, expressando que: “Os trabalhadores e o povo boliviano não estão sós nesta luta em defesa da nação contra os agentes do imperialismo que querem destruí-la. Contam com o apoio da CUT no Brasil e de organizações de todo o continente, como se manifestou no 2º Encontro Continental contra os TLCs e em defesa da soberania nacional, realizado no México entre 4 e 6 de abril passados”.

 

Marcha e ato conjunto na Praça Murillo

Por volta do meio-dia uma grande marcha comandada pela COB  percorreu as ruas centrais de La Paz, onde, no início da tarde, ocorreria um ato onde o presidente Evo Morales homenagearia os trabalhadores na Praça Murillo, onde está o Palácio Quemado, sede do poder executivo.

 

Muitos dos participantes da marcha da COB se reencontraram na Praça Murillo, onde escutaram de Evo o anúncio da nacionalizaçao da ENTEL (telecomunicaçoes), e de mais 3 empresas petroleiras que não se adaptaram ao Decreto Supremo de 2006, que completava 2 anos, além de anunciar a compra da maioria das ações da petroleira Andina (subsidiária da espanhola Repsol). 

 

Seu ministro do Trabalho, Walter Delgadillo, havia anteriormente anunciado medidas trabalhistas e de proteçao de direitos sindicais e saudado a “aliança com a gloriosa COB”.

 

Em seu discurso Evo atacou duramente a oligarquia de Santa Cruz e o caráter ilegal de seu referendo, rechaçando um informe do Departamento de Estado dos EUA que aponta a Bolívia como um potencial abrigo para o terrorismo, dizendo: “Peço que retirem suas tropas do Iraque e assim se poderá acreditar que os EUA estão em luta contra o terrorismo”.

 

Depois do presidente ainda falaram dirigentes do movimento popular e sindical e o secretário executivo da COB, Pedro Montes.

 

Como destacou a imprensa local, há mais de 25 anos a COB não celebrava em conjunto com o governo o Dia do Trabalhador, mas, como explicou Montes, a situação de iminência de divisão do país exigia a unidade de todos para defender “esse processo que tanto nos custou” e que “a COB sempre estará desposta a defender a a unidade da Bolivia”.

 

Todos os defensores do movimento operário, da soberania das nações e da luta antiimperialista só podem felicitar-se desse avanço na constituição de uma Frente Unica para barrar a ameaça de explosão da Bolívia, ameaça que não está afastada e que, portanto, exige uma vigília permanente para apoiar o povo trabalhador da Bolívia e o governo que emanou de sua vontade soberana, contra qualquer tentativa de golpe, desestabilizaçao ou de divisão da Bolivia!

 

Na Bolivia se joga também o destino dos processos revolucionários em curso em todo o subcontinente sul-americano e mais além.