• Kwai
MENU

Artigo

Vermelho, vermelhão, a cor da luta

Publicado: 01 Junho, 2015 - 00h00

Do inicio do ano até aqui, aconteceram fatos fora da normalidade política. A intolerância é um deles. O grito dos intolerantes não é apenas nas ruas, é no batuque das panelas (muito cheias) e nas ações mais descabidas, como insultar e insuflar agressão verbal e física às pessoas que usam vermelho. Alguns bradam que sua bandeira “jamais será vermelha”. Isso é fato, mas também é notório o querer “privatizar” o verde e o amarelo, transformando os maiores símbolos de um país em cores para chamar de “sua”.

 
Não é de hoje que tonalidade no país causa burburinho. A negritude sofre preconceitos por não ter a cor aceitável pela maioria da burguesia. E parece-me relevante informar aos desavisados “on line” e “off line” que longe de representar matiz partidária, o vermelho tem inúmeras traduções e não tem dono. Para o movimento sindical, a cor traduz-se em intensidade de lutas, resistência e paixão. Vai além, trata-se de simbolismos, como o respeito àqueles que literalmente sangraram na eterna busca por um mundo mais justo e em defesa da liberdade.
 
 
Pois bem. É hora de anunciar que o vermelho é a cor quente da estação, mas que nunca saiu e nem sairá da moda. Principalmente: não adianta arrancar da pele a blusa vermelha, nem a bandeira vermelha, porque não se trata de algo apenas tangível. Esse tom está cravado na alma dos lutadores, dos que não se curvaram à ditadura, e dos que não se curvarão aos que “vestem grifes”.
 
 
Em tempos de necessidade cada vez maior de mobilização de massas no Brasil, o vermelho que a CUT no Ceará escolheu como simbologia, se intensificará. Entre os dias 18 e 20 de junho, a CUT realizará seu congresso estadual. Nova diretoria será eleita. O que não será nova é a permanência da perspectiva de resistência. Porque não, não vamos abrir mão de ocupar as ruas com as bandeiras da classe trabalhadora. E sim, elas são vermelhas.