Unidade e resistência: urbanitários reafirmam a luta pelo saneamento público
Publicado: 29 Outubro, 2025 - 00h00
O Seminário Nacional “Quais os Rumos do Saneamento?”, realizado no último dia 23 de outubro, em São Paulo, foi muito mais que um encontro de lideranças do setor. Foi uma demonstração viva de que a luta pela água pública e pelo saneamento de qualidade continua forte, impulsionada pela força e pela consciência social dos trabalhadores e trabalhadoras.
Reunindo representantes de 15 estados, o evento mostrou que, apesar das dificuldades e do avanço das privatizações, seguimos de pé, com coragem e unidade, para defender um direito essencial à vida. A presença da FNU, Fenatema, CTB, CNU, CNTI, Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental, ONDAS e federações regionais, com o apoio do Sintaema-SP, consolidou uma frente ampla e combativa em defesa do saneamento público e contra a entrega do patrimônio coletivo aos interesses privados.
O seminário foi um marco importante nesse processo de resistência. Debatemos os efeitos perversos do novo marco do saneamento (Lei 14.026/2020), que aprofundou a mercantilização da água, gerando tarifas abusivas, demissões em massa e exclusão das populações mais pobres. Também reafirmamos o papel estratégico que o Estado e as empresas públicas devem cumprir — com o BNDES atuando em favor do desenvolvimento nacional, e não do capital financeiro.
A aprovação, por aclamação, do Plano Nacional de Lutas 2026 foi o grande resultado político do encontro. Esse documento orienta nossas ações para os próximos anos e reafirma que a luta pelo saneamento público é parte da luta maior pela soberania, pela democracia e pelos direitos sociais. O plano traz diretrizes claras: revogação da Lei 14.026/2020; reestatização das empresas privatizadas; valorização das empresas públicas e do papel do Estado; reposicionamento do BNDES como instrumento de desenvolvimento social; mobilização nacional em torno da reeleição do presidente Lula e da renovação do Congresso, para garantir políticas públicas voltadas ao povo.
Essas metas não são apenas bandeiras do movimento sindical — são compromissos com o futuro do país. O que está em jogo é a soberania nacional, a dignidade da população e a capacidade do Brasil de garantir que nenhum brasileiro ou brasileira seja privado de um bem essencial como a água.
A privatização não é solução. É retrocesso. Onde foi implantada, trouxe aumento de tarifas, precarização do serviço e abandono das periferias. Por isso, resistir é mais do que uma opção: é um dever de classe e de cidadania.
A FNU, com seus sindicatos filiados e federações regionais, segue na linha de frente dessa luta, reafirmando seu compromisso histórico com os trabalhadores e com o povo brasileiro. O seminário mostrou que unidade, coragem e mobilização são as chaves para derrotar o modelo privatista e reconstruir um projeto público de saneamento, inclusivo e democrático.
O futuro do saneamento é público, democrático e comprometido com a vida.
E essa luta segue — com força, consciência e organização.