Reestatização da Sidor, vitória da luta dos trabalhadores na Venezuela
Publicado: 16 Abril, 2008 - 00h00 | Última modificação: 18 Setembro, 2014 - 16h50
Melhor comemoração dos 6 anos da vitória do povo venezuelano contra o golpe de Estado de 11 de abril de 2002, quando a "oposição" teleguiada por Bush tentou derrubar Hugo Chávez, não poderia haver.
Depois de meses de greves, agressões e repressão da Guarda nacional, na madrugada de 9 de abril, o vice-presidente Ramón Carrizales, enviado por Chávez à Ciudad Guayana, sede da siderúrgica Sidor, comunicou a decisão do governo de reestatizar a empresa que estava nas mãos de um consórcio privado ítalo-argentino (Techint).
Após atender essa exigência dos trabalhadores da Sidor, apoiados pelas principais correntes da UNT (central sindical), o presidente Chávez, em 15 de abril, demitiu o ministro do Trabalho José Ramón Rivero, enfrentado com os trabalhadores da Sidor e envolvido numa operação de divisão da UNT em favor de uma "central" atrelada ao ministério, nomeando em seu lugar Roberto Hernández (2º vice-presidente da Assembléia Nacional). Decisão que foi saudada por inúmeros sindicatos e dirigentes que se chocavam com a gestão de Rivero à frente do ministério desde 2006.
É urgente a unidade na UNT
A vitória que significa a reestatização da Sidor, uma das maiores siderúrgicas da América Latina, marca um novo momento na situação do país, marcado pela iniciativa dos trabalhadores, à qual o presidente Chávez foi sensível.
Essa iniciativa independente dos trabalhadores e suas organizações é fator determinante para o aprofundamento da revolução venezuelana, hoje alvo de ameaças de guerra por parte do imperialismo dos EUA sob pretexto de combate ao "narco-terrorismo". (como se viu na invasão de território do Equador pelo exército colombiano).
O impulso que significa a reestatização de Sidor para outros setores em luta na Venezuela, coloca em primeiro plano a responsabilidade dos dirigentes das principais correntes da UNT de reconstituir a central organicamente, sobre bases unitárias e pluralistas, superando a fragmentação que se seguiu ao seu 2º congresso (junho de 2006).
Para o conjunto do continente, a reestatização da Sidor mostra o caminho para retomar para a nação o que foi entregue às multinacionais, como, por exemplo, foi o caso da Vale aqui no Brasil.