• Kwai
MENU

Artigo

Por que o Conlutas e a Intersindical, querem o

Publicado: 14 Maio, 2007 - 00h00

 

A APOSTA NO FRACASSO COMO ESTRATÉGIA DE AÇÃO SINDICAL: Por que o Conlutas e a Intersindical, versões sindicais do PSTU/PSOL querem o “quanto pior, melhor”?

 

 

A visão sindical do Conlutas e da Intersindical, apêndices sindicais do PSTU e PSOL, surge num contexto histórico em que o movimento sindical brasileiro está dividido em dois grandes segmentos, sendo um do campo da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o outro dos não cutistas, que se encontram organizados principalmente em Centrais Sindicais.

 

É neste contexto que surgem o Conlutas, inicialmente como proposta de ser uma nova central, idéia posteriormente abandonada por não conseguirem o nível de organização necessária, e, também, a Intersindical, como propostas pseudo-revolucionárias, que teria como objetivo unir os “combativos” espalhados pelo mundo sindical, especialmente no campo cutista. Atualmente o Conlutas e Intersindical são irmãos siameses, que pretendem ser um movimento de união e de coordenação de movimentos diversos, agrupando, com diz o ditado popular, “alhos com bugalhos”.

 

A principal estratégia e linha de ação do Conlutas & Intersindical é apostar no fracasso da ação sindical, principalmente dentro dos sindicatos cutistas, transformados em alvo de uma ação perniciosa e sistemática, na qual um sindicato da CUT se torna, para esses radicais de discursos, o primeiro inimigo a ser derrotado antes mesmo da elite conservadora, com a qual, inclusive, eles fazem freqüentemente alianças eleitorais para tentar derrotar chapas cutistas em todos os quadrantes do Brasil, como é caso da inusitada, mas compreensível, aliança entre o PSTU, o PSOL e a Contec, a velha e pelega confederação de bancários, na eleição do Sindicato dos Bancários em Brasília.

 

Os trabalhadores, principalmente nas bases sindicais, questionam como é possível o Conlutas e a Intersindical (PSOL e PSTU), que nas assembléias esgrimem discursos "aguerridos” e “combativos”, se aliarem, por exemplo, com a CONTEC, que historicamente faz o jogo dos patrões e prejudicam as lutas da categoria bancária? A resposta é uma só: o FRACASSO. Apesar de parecer estranho, o raciocínio tacanho dessa esquisita união é bastante simples: a derrota da categoria na ação sindical é a principal arma para eles atacarem a direção de um sindicato e desgastar politicamente o governo, objetivos que unem conservadores e radicais, ambos pelegos, no sentido de que prejudicam deliberadamente a luta dos trabalhadores.

 

A ação deles também é facilmente reconhecida em qualquer assembléia sindical, principalmente do campo cutista. Questionam, colocam em dúvida e lançam suspeição sobre qualquer proposta da diretoria do sindicato. Na hora de propor encaminhamentos e ações, eles inflamam no discurso “combativo” e “radical”, propondo como primeira e única alternativa de ação o enfrentamento, a greve e medidas radicais. Qualquer ponderação ou atitude de prudência ou coerência, aliando mobilização/pressão com negociação, é logo rotulada de entreguista e governista. Ou seja, é a turma do “quanto pior, melhor” (melhor para eles, evidentemente).

 

Outra característica dos “combativos” do Conlutas & Intersindical é o que se poderia chamar de “democracia com chapéu alheio”, ou seja, nas entidades da CUT exigem, bradam e cobram a mais ampla democracia. Já em suas bases sindicais eles manipulam, dificultam a participação da base e fogem do debate franco e aberto com a categoria. Dois exemplos recentes exemplificam como é a democracia interna desses “combativos”: o primeiro foi o congresso do sindicato dos servidores federais do Rio de Janeiro, que teve menos de 1% de participação da base. O segundo é do sindicato dos servidores federais de Rondônia (SINDSEF), que tem mais de 20.000 servidores na base, e pretende realizar no próximo dia 04 de julho um congresso com  apenas135 delegados, dos quais 81 são diretores do Sindicato, ou seja, 60% dos participantes são natos. Esses são exemplos cristalinos da “democracia” do pessoal do Conlutas e da Intersindical, que são correias de transmissão do PSTU e PSOL.

 

A estratégia de crescimento dos autodenominados “combativos” é no campo da CUT, onde os estatutos e a democracia interna das entidades permitem disputas eleitorais em igualdades de condições, enquanto que no campo não cutista os embates eleitorais não são tão palatáveis. Com isso, sindicatos filiados a CUT tornam-se os alvos preferenciais da estratégia deletéria do Conlutas e da Intersindical, de agirem deliberadamente para levar os trabalhadores à aventuras e enfrentamentos que, de preferência, não tenham qualquer chance de sucesso. Como eles não são da direção das entidades, podem, cinicamente, responsabilizar o sindicato pelo fracasso, aumentando, assim, suas chances nas futuras eleições sindicais.

 

O outro grande objetivo da turma do “quanto pior, melhor” é o desgaste sistemático do governo Lula, com muito mais empenho, gana e “coragem” (certamente baseada na certeza de que não sofrerão retaliações), através da apologia do enfrentamento estéril. Para atingir este objetivo, nem as próprias bases, de sindicatos do Conlutas e Intersindical, estão livres da estratégia de levar os trabalhadores ao fracasso sindical. Mesmo sabendo que determinada luta não terá sucesso, pois está baseada na pura radicalização, eles levam suas próprias categorias para o enfrentamentos, muitas vezes sem qualquer perspectivas de êxito. Depois, quando advém o previsível malogro, eles buscam se safar desgastando o governo e responsabilizando outros setores.